Há pouco mais de dois anos, em 22 de agosto de 2017, começavam as cinco obras do pacote de mobilidade de Blumenau financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A previsão inicial era entregar algumas estruturas ainda em 2018, mas os trabalhos tiveram atrasos e, 24 meses depois, nenhuma obra ainda foi totalmente concluída.
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A duplicação da Humberto de Campos deve ser a primeira obra finalizada. A entrega final da estrutura está prevista para o dia 2 de setembro, aniversário de Blumenau, quando o trabalho entre o pórtico da Vila Germânica e a Rua Marechal Deodoro estará finalizado. Ainda faltam acabamentos finais como a instalação de iluminação pública, implantação de sinalização, montagem do canteiro central e requalificação dos passeios.
Por algum tempo havia expectativa de também entregar o Terminal Norte, no bairro Itoupava Central, no dia do aniversário do município. Mas como ainda falta a conclusão da cobertura e do piso, a previsão da prefeitura é inaugurar a estrutura até o fim do ano. A rotatória da rua Doutor Pedro Zimmermann foi liberada no início do ano, enquanto o alargamento da Rua Mário Giese está na fase final de pavimentação.
A entrega das demais estruturas deve ocorrer apenas no próximo ano. O prazo final para conclusão das obras é junho de 2020, após o pedido de prorrogação contratual feito pela prefeitura em abril deste ano. Outro adiamento do prazo já havia sido concedido pelo BID em 2017.
O binário da Rua Chile com a República Argentina poderia ter sido entregue neste ano, tanto que está 85% concluída, mas a obra foi paralisada há alguns meses. Os problemas ocorrem pela judicialização de algumas desapropriações em imóveis próximos à Ponte dos Arcos e um documento que tramita no BID solicitando não aceitar um aditivo para ajuste de valor da obra.
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A expectativa da prefeitura é retomar os trabalhos até 31 de outubro em locais que não envolvam a área que será desapropriada. De acordo com Michael Maiochi, que comanda interinamente a Secretaria de Obras, a judicialização atrasa a sequência da obra e deixa o município sem alternativa, sendo necessário aguardar a decisão para continuar os trabalhos no trecho.
O Terminal Oeste, no bairro Água Verde, tem 58% da obra concluída e está previsto para ser entregue no início de 2020. Após atrasos no início do cronograma, a estrutura ainda precisa de investimentos para a cobertura, pintura e acabamentos, além da instalação de calhas, piso e cerâmica.

Obra na General Osório tem a situação mais crítica
A revitalização da Rua General Osório tem o panorama mais crítico, com apenas 30% dos trabalhos concluídos. Após o rompimento do contrato com a empreiteira em abril, a prefeitura assinou recentemente as duas ordens de serviço com as empresas responsáveis pela execução e fiscalização da obra.
A expectativa é que os trabalhos ao longo dos cinco quilômetros da via sejam retomados a partir do início de agosto. A definição do cronograma da obra com a vencedora da licitação deve ocorrer nas próximas semanas.
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Maiochi avalia que o andamento das obras está dentro da viabilidade e dos prazos revistos, pois considera que os processos de desapropriações afetaram o prazo e custo dos projetos. Além disso, justifica que há outros entraves que incluem modificações nas redes de água, esgoto, energia, gás, telefonia e fibra ótica.
— A nossa malha viária hoje é insuficiente para atender a demanda. O índice de veículo por habitante em Blumenau é um dos maiores do Brasil, o que impacta diretamente na necessidade de investimentos para melhoria da mobilidade, algo complexo pelo fato dos locais serem completamente urbanizados — afirma Maiochi.
Apesar dos atrasos, o secretário interino de Obras ressalta que a conclusão das obras irá permitir mais fluidez, segurança e conforto no trânsito de Blumenau. Ainda destaca que haverá melhorias para pedestres, ciclistas e transporte coletivo, com impacto positivo no desenvolvimento econômico e social de Blumenau.