O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou ao prefeito Clenilton Pereira (PSDB), de Araquari, que não é possível mudar o horário das obras de recapeamento na BR-280. Juntamente com os prefeitos de Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul, ele havia pedido a alteração

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O contrato com a empreiteira não prevê trabalho noturno e a mudança acarretaria em um acréscimo de 20% no custo das obras, que começaram no último dia 20 e devem terminar nesta sexta-feira. Diante da negativa, Clenilton agora quer conversar com o órgão para garantir que contratos futuros prevejam a realização de obras durante a noite.

Os trabalhos estão sendo realizados em um trecho que começa um pouco depois do trevo do Itinga e segue até o quilômetro 29. A empreiteira trabalha em um sistema de rodízio na liberação do trânsito, já que uma das pistas fica fechada para ser feito o recapeamento. A passagem dos carros é liberada em um sentido e depois no outro, gerando filas dos dois lados. Segundo o prefeito Clenilton, a obra durante o dia está causando muito prejuízo para as cidades, as empresas e a população.

— As pessoas estão pensando dez vezes antes de virem para cá. Para São Francisco do Sul é ainda pior, porque não tem nenhum outro acesso para a cidade. Nós até temos outros — conta.

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O prefeito Renato Gama Lobo (PSD), de São Francisco do Sul, também vê esse transtorno como negativo. De acordo com ele, uma empresa instalada na cidade que fornece material para outra empresa joinvilense fazia várias viagens diárias e agora realiza apenas uma por causa das obras. O prefeito diz que o acesso ao porto e às cidades também estão prejudicados.

(Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Os motoristas também reclamam da demora para completar o trecho, que antes levava cerca de cinco minutos e agora chega a demorar mais de meia hora. A reportagem de “AN” demorou 22 minutos para passar no trecho na tarde desta segunda-feira. Segundo o motorista Dazir de França, 42 anos, ele faz o trajeto todos os dias e não vê motivo para o recapeamento.

— Nem precisava fazer isso aí porque o asfalto estava bom. Deveriam estar fazendo a terceira pista ou melhorando a pista lá em São Francisco do Sul — defende.

A comerciante Aline Marcolino, 37 anos, também sente os transtornos na loja de máquinas que fica às margens da rodovia. Ela diz que, na semana passada, não teve faturamento porque os clientes deixaram para pegar as máquinas apenas no sábado para fugir do congestionamento durante os dias úteis. Nesta semana, novamente há produtos consertados, mas os clientes ainda não foram buscá-los.

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— Isso é complicado porque as contas não esperam, temos que pagar. A obra é boa porque vai melhorar para nós, mas olha a época em que vão fazer.

De acordo com ela, no primeiro dia de obras foram necessários 40 minutos para percorrer o trecho de carro. Antes, eram apenas cinco. Desde então, ela e o marido optaram em trabalhar de motocicleta para otimizar o tempo e conseguir abrir o comércio no horário.