As obras de macrodrenagem do rio Mathias iniciou em outubro do ano passado na rua Otto Boehm, na região central de Joinville, e ainda causam transtornos na vida de moradores e comerciantes locais. A via se transformou em um canteiro de obras para a Prefeitura instalar uma galeria por baixo do asfalto. A equipe trabalha diariamente, do início da manhã até o final da tarde, para concluir a implantação dos módulos pré-moldados, trabalho que deve se estender até julho.
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Por causa das obras, a rua foi interditada, entre as ruas Fernando de Noronha e Aquidaban. Desde o acesso pela rua Expedicionário Holz é permitido apenas o trânsito local para moradores da região. Atualmente, a instalação da galeria, que tem quatro metros de largura por dois metros de profundidade, alcançou a esquina com a rua Carlos Gruensch, e ainda deve seguir até a rua Euzébio de Queiroz.
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A enfermeira Gabriela Bugueldo, 28 anos, é moradora de um prédio próximo de onde as máquinas estão trabalhando. Em frente ao edifício, a galeria já foi instalada e a rua ainda está sem a pavimentação. Segundo ela, o que mais impacta no dia a dia são a entrada e a saída de veículos do prédio. A reclamação dela é em relação à infraestrutura da obra.
– Furaram aqui em frente em dezembro e só agora, há pouco tempo, é que passaram o rolo compressor. Parecia que estávamos em um campo de obras – conta.
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Apesar dos transtornos, a moradora diz que aguenta os problemas porque sabe que é para melhorar a situação dos alagamentos na região central. Outra moradora, que não quis se identificar e mora no mesmo prédio de Gabriela, teve que se adaptar à nova rotina. Ela escolhe apenas um horário no dia para sair de casa e fazer tudo que precisa para evitar ter que sair o tempo todo e encarar as obras.
– Não tenho problema nenhum em aguentar os transtornos, desde que melhore. O problema é que nas duas últimas chuvas vi encher a região, onde não tinha enchido mais – salienta.
Prejuízos para comerciantes
Não são apenas os moradores que reclamam dos transtornos na rua Otto Boehm. O conselheiro do Mercure Joinville Prinz Hotel, Osni Piske, diz que a unidade perdeu vários eventos nos últimos meses por causa das obras que acontecem na região.
Segundo ele, os hóspedes não querem passar pelo canteiro de obras para chegar até o hotel, por isso festas, reuniões e eventos também deixaram de ser realizados nas dependências da unidade. Osni ainda afirma que houve comerciantes que tiveram prejuízos de até 80% em razão das mudanças realizadas na rua.
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Na última segunda-feira, uma reunião foi marcada entre moradores, comerciantes e representantes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e Águas de Joinville. A reclamação era de que a obra estava muito desorganizada, gerando ainda mais transtornos na região.
– Agora estão melhorando um pouquinho, mas o que queremos é algo definitivo para colocar ordem no canteiro de obras e não deixar o desleixo em que se encontra – explica Osni.
O que diz a Prefeitura
O secretário de Infraestrutura, Romualdo França participou da reunião na última segunda-feira e afirmou que algumas das sugestões levantadas por moradores e comerciantes para auxiliar na melhoria do canteiro de obras foram bem-vindas. Ele também disse que foi esclarecido que uma obra a céu aberto, como a realizada na Otto Boehm, sofre interferência direta de intempéries, que podem gerar maiores transtornos.
Romualdo esclareceu que até final de março, o trecho entre as ruas Fernando de Noronha e Carlos Gruensch deve receber nova pavimentação, sendo liberada para o trânsito.
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Enquanto isso, o trabalho continuará no restante do trecho até a rua Aquidaban, que, após receber a galeria, também será repavimentada. Por último, o mesmo será feito até a rua Euzébio de Queiroz. A expectativa é de que toda a etapa de macrodrenagem na rua Otto Boehm seja finalizada em julho.
– A implantação já passou da esquina (com a rua Carlos Gruensch) e está com desempenho um pouquinho acima do esperado.
Uma das reclamações dos moradores, sobre os alagamentos que ocorreram no início deste ano mesmo após a instalação de parte das galerias, o secretário garantiu que a obra vai funcionar apenas quando estiver conectada com todos os outros setores da macrodrenagem que estão sendo e ainda serão realizados até a conclusão de todo o projeto. Segundo França, outra preocupação apresentada durante a reunião foi sobre as intervenções realizadas pelas equipes em pontos da rua onde já foram instalados os módulos pré-moldados.
– A Companhia Águas de Joinville explicou que eles implantam toda a rede de água e esgoto nova, e depois têm que voltar para fazer as ligações prediais sem eliminar as ligações existentes. É justamente para não deixar as edificações e comércios sem água por muito tempo – explica.
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O Projeto
Iniciada em outubro de 2015 na foz do rio Mathias com o rio Cachoeira, em frente à Prefeitura, a obra contempla intervenções de drenagem pluvial nas ruas Euzébio de Queiroz, Otto Boehm, Fernando de Noronha, Jacob Eisenhuth, Visconde de Taunay, Pedro Lobo, Jacob Richlin, do Príncipe e Jerônimo Coelho. A previsão para a conclusão de todo o projeto é até o final de 2018.
Faz parte da obra também a construção de alas e comportas, de muro de proteção no rio Cachoeira, de galerias de condução e conduto forçado e de galeria de detenção. As obras estão orçadas em R$ 45.872.405,22, com recursos da Caixa Econômica Federal.
Para evitar as cheias causadas pela maré do rio Cachoeira, será implantado um sistema de contenção e escoamento do rio Mathias: o muro de proteção entre a rua Princesa Isabel e o Cachoeira, impedindo que as águas do rio Cachoeira retornem à bacia do rio Mathias, e as comportas flap, no encontro entre os rios Mathias e Cachoeira.