Filas de quase 20 quilômetros têm incomodado motoristas diariamente desde da última terça-feira quando começaram as obras para reestruturação da ponte sobre o rio São Miguel, no km 188 da BR-101, em Biguaçu.

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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) é nos horários de pico – de manhã e fim de tarde – que a situação se agrava. A demora de cerca de duas horas para atravessar o trecho exige paciência dos usuários da rodovia, onde muitos tentam ultrapassar pelo acostamento.

A previsão segundo a Autopista Litoral Sul e concluir a obra em 25 de maio. Porém, diante da situação caótica que se tornou o trânsito no local, depois de quatro dias de obra, a concessionária responsável promete fazer alterações para dar vazão ao fluxo no local.

— A situação ali é realmente complicada. Na quarta-feira chegamos a ter 17 quilômetros de fila, na quinta de manhã foram em torno de 7 quilômetros. Praticamente não há alternativas, é uma ponte antiga com mais de 40 anos que está sendo reforçada. Temos apenas uma faixa e estamos flagrando vários veículos transitando pelo acostamento, que estão sendo multados . Quem puder, se programe para não passar no horário de pico, das 8h às 10h da manhã e no final da tarde — orienta o inspetor da PRF, Luiz Graziano.

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Diante das constantes insatisfações, Fernando Luz, gerente de operações, explica que nesta sexta começam os trabalhos para quebrar a mureta central de concreto.

De Joinville a Florianópolis, na pista da direita, o fluxo ficará normal. Já na faixa da esquerda, motoristas entram pelo desvio na pista contrária. No sentido norte, será liberado o acostamento para o trânsito fluir em duas faixas.

— Até o fim do dia vamos concluir a liberação no sentido sul e até sábado teremos duas faixas liberadas para ambos os sentidos — explica Luz.

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O engenheiro, especialista na elaboração de estudos sobre as condições das rodovias catarinenses, Ricardo Saporiti, foi um dos motoristas que transitou pelo BR-101 nesta sexta-feira à tarde, em viagem de Florianópolis para Itapema. Ele conta que na ida, no sentido norte, não enfrentou muitos congestionamentos, mas na volta espera ter que encarar pelo menos 15 quilômetros de fila, no sentido sul.

— A fila quem vai para o norte não estava tão acentuada, mas quem vai para o sul, devia ter mais de 10 quilômetros perto das 15h. Eles estavam fazendo alterações no sentido. Resolver não vai, mas é a unica solução para amenizar o movimento ali. Eles estão fazendo um serviço bem feito, mas o transtorno vai continuar havendo, sem dúvida nenhuma, não tem outro jeito. Vai amenizar pouco é o ônus do progresso, tem que arrumar a ponte — avalia Saporiti.

Durante esse período, o desvio irá funcionar assim:

Sentido sul (Florianópolis): o trânsito irá fluir por duas faixas com restrição de velocidade (60 km/h) e separação entre as vias de mesmo sentido por barreira de concreto;

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Sentido norte (Curitiba): o trânsito irá fluir por duas faixas, com restrição de velocidade (60km/h) e utilização do acostamento (transformado em via operacional).

Obras

O reforço e alargamento de pontes têm o objetivo de adequar a estrutura para o atual peso máximo permitido nas rodovias, além de ampliar a largura da ponte, que passa a contar com acostamento. A interdição parcial é necessária para retirada da superfície de concreto da ponte (tabuleiros), reforço das armações de ferro e nova concretagem. No total, cerca de R$ 1 milhão estão sendo investidos na ampliação da ponte sobre o Rio São Miguel.

Investimentos x cobranças

Desde 2008, a concessionária já ampliou outras 21 pontes na BR-101/SC que fazem parte das obras elencadas para concessão do trecho. Em contrapartida os valores aplicados são contabilizados nos reajustes anuais das tarifas de pedágio. Em 22 de fevereiro deste ano a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou um novo aumento nas quatro praças de SC.

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A concessionária reajustou a tarifa básica de R$ 1,90 para R$ 2,30. O aumento de 21,05%, representou quase o dobro da inflação do período, que foi de 11,05%. Além dessa correção a concessionária incluiu um aumento de 10,38% como compensação pela não cobrança dos eixos suspensos de caminhões vazios, conforme determina a Lei dos Caminhoneiros.

De acordo com a ANTT o aumento engloba as revisões (incluindo o reequilíbrio dos eixos suspensos), o reajuste (11,05%) e o arredondamento da tarifa do ano anterior(1,36%).