A imagem dos campeões da Sul-Americana de 2016, que andavam meio sumidas em virtude do trauma causado pelo acidente aéreo ocorrido há um ano, na Colômbia, serão eternizadas nos arredores da Arena Condá graças à iniciativas do clube e também de artistas.

Continua depois da publicidade

De alguma forma aqueles que deram tanta alegria para a torcida da Chapecoense estarão presentes novamente nos jogos.

O artista paulista Paulo Consentino, que mora em Barcelona, começou nesta segunda-feira a pintar um mural de quase 500 metros quadrados, na parede Oeste da Ala Norte da Arena Condá, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Índio Condá.

Natural de Santos-SP e torcedor do Peixe, o artista ficou tocado pelo acidente ocorrido no ano passado e fez um mural em Barcelona para dar força ao zagueiro Neto, um dos seis sobreviventes e que jogou no time paulista.

Nesta segunda-feira ele reencontrou o zagueiro em Chapecó. Contanto apenas com recursos de seu patrocinador, uma empresa de tintas, ele pediu autorização para pintar sua obra “Um gol para a eternidade”.

Continua depois da publicidade

– É um exercício poético de um gol do título na Arena Condá, o escolhido foi o Ananias que foi o que marcou o último gol do time na Sul-Americana – disse Consentino.

Ele explicou que o time titular estará flutuando na parede e a jogada do gol vai em direção ao campo. Abaixo, imagem dos reservas e do técnico Caio Jr.

Consentino faz pinturas com o objetivo de preservar a história do futebol, como por exemplo um trabalho no CT Rei Pelé, do Santos. A expectativa é concluir o trabalho até o dia 8 de dezembro.

– Esse é uma homenagem e um presente para Chapecó de quem ama o futebol – disse Consentino.

Digo Cardoso fará painel de 66 metros com rostos de 63 vítimas do acidente
Digo Cardoso fará painel de 66 metros com rostos de 63 vítimas do acidente (Foto: Tarla Wolski / especial)

Outra obra em homenagem às vítimas brasileiras foi encomendada pela Chapecoense para o artista local Digo Cardoso. Ele vai iniciar nesta terça-feira a grafitagem no muro do estacionamento do Centro de Eventos, ao lado da Arena Condá, onde a torcida recepcionava os jogadores antes dos jogos decisivos.

Continua depois da publicidade

São 63 rostos num muro de 66 metros de comprimento. Apenas a família de Mário Sérgio não autorizou a imagem. Cada família recebeu um retrato em MDF.

– Cada família ficou com um pedaço do painel, para mim é uma honra ser escolhido para representar esse momento, é muito emocionante, esse painel representa tudo o que aconteceu, as homenagens e também as amizades que surgiram após a tragédia – destacou Digo, que esteve na Colômbia fazendo um painel no estádio do Nacional de Medellín, o Atanasio Girardot.

O clube também está montando um painel com fotos das pessoas envolvidas com a agremiação, entre elas jogadores, dirigentes, comissão técnica e funcionários. Esse painel será no corredor de acesso da Ala Sul aos vestiários, embaixo da Ala Leste.

Há imagens dos ex-diretores Cadu e Mauro Stumpf no escritório, Neto comemorando um gol, Sandro Pallaoro comemorando uma conquista e do título do Catarinense do ano passado. Um sistema de som tocará o famoso “vamos, vamos, Chape”. Também serão colocadas frases nos pilares. Esse corredor será aberto para a torcida nesta quarta-feira, quando a tragédia completa um ano.

Continua depois da publicidade

– Criamos um espaço especial para os atletas, dirigentes e colaboradores da Chape que deixaram saudades naquele dia 29- disse o diretor de marketing do clube, João David De Nes.

Nesta terça-feira também haverá uma celebração. À meia-noite uma procissão luminosa sairá da Arena Condá até a Catedral Santo Antônio. À 1h15, horário do acidente, soará o sino da Catedral. Depois inicia a vigília eucarística até o horário da missa, às 18h30 de quarta-feira. A Arena Condá também estará aberta para homenagens, na Ala Leste, onde será montada uma capela. São lembranças de tristeza e de alegria de pessoas que ajudaram a transformar a Chapecoense no que ela é atualmente e por isso merecem ser homenageadas.