Depois de uma madrugada tensa, com moradores monitorando o nível dos rios e levantando os móveis das casas, a tranquilidade voltou para Itajaí. O anúncio de que uma possibilidade de enchente estava descartada aliviou os ânimos dos mais aflitos e ainda revelou que a região aprendeu com outros eventos.

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A lição de casa foi feita. Exemplo disso foi o Centro da cidade que, apesar da chuva forte desde sexta-feira, não alagou. Isso, conforme o oceanógrafo e professor da Univali João Luiz de Carvalho, ocorreu muito em função da dragagem do rio Itajaí-açu, que teve aumentadas a boca e o calado.

– Não era uma obra feita para isso, mas aumentar em 10 metros a boca e 14 a profundidade sem dúvida alguma ajudou bastante para que não houvesse alagamento.

A prefeitura de Itajaí ainda fez outras ações a partir de 2008 que ajudaram a minimizar o reflexo das chuvas. Foram obras como drenagens e pontes, além da organização da Defesa Civil.

– Todas essas obras ajudaram a diminuir os impactos. O governo está atento, o que há é um limite de recursos pois não podemos investir tudo o que o município arrecada em prevenção de enchentes – diz o prefeito Jandir Bellini.

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Essas obras, segundo Carvalho, não vão eliminar os riscos de grandes enchentes. Mas é possível que com o passar dos anos e continuidade dessas medidas, os eventos de menor proporção, como o deste fim de semana, tenham impactos reduzidos ao máximo.

Por causa disso, as ações continuam. Itajaí tem um recurso de R$ 94 milhões para melhoramento fluvial e obras de prevenção de cheias para o Itajaí-mirim e canal retificado, segundo o coordenador da Defesa Civil, Everlei Pereira. Esse valor está assegurado e a primeira fase está licitada.

– As obras estão no projeto executivo da dragagem e também no licenciamento ambiental. Superada essa fase, que termina entre dezembro e janeiro, ocorre o início oficialmente.

Dragagem do Rio Camboriú reduziu impactos

Em Camboriú, a dragagem do rio, iniciada em julho, também minimizou os impactos das chuvas. A Defesa Civil estava em atenção para o risco de alagamentos, mas só houve registros de ruas alagadas em bairros como o Monte Alegre, banhado pelo Rio Peroba e não pelo Camboriú.

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De acordo com a coordenadora de Defesa Civil, Carla Krug, o Rio Camboriú ultrapassou as margens em alguns pontos do Centro e Santa Regina. No entanto, sequer alagou as ruas.

– Não tínhamos ideia prática de como o rio iria escoar a água, a partir da dragagem, e ficamos muito felizes – diz.

O Bairro Monte Alegre teve oito ruas alagadas e ontem a situação já estava normalizada. Lá, o que ocorre é o trasbordamento do Rio Peroba, que tem trechos cobertos por lixo e até mesmo terra, devido a ocupação imobiliária.

– O plano diretor de Camboriú é relativamente novo, de 2007, e aquela área já estava bastante povoada. O que temos feito é a limpeza com máquinas e de forma manual.

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