A arte vai perder seu valor material para se transformar em vida. A frase até parece sinopse de filme, mas é o que vai ocorrer pela segunda vez na área da Ilha do Arvoredo, em Porto Belo. Vinte e um anos atrás, o artista plástico Pita Camargo afundou sua primeira peça de mármore no fundo do Oceano Atlântico, transformando-a em casa para fauna e flora marinha. No sábado, ele vai repetir o feito.

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Diferente da instalação feita em 1993 e que está submersa na Ilha de Galé, na Reserva Marinha Ambiental do Arvoredo – onde desde 1990 as pessoas não tem acesso – a peça de mármore, intitulada Bio Vida II, com mais de 120 quilos será instalada no Saco do Capim. No local, mergulhadores estão autorizados a interagir com a escultura e que fica ao sudoeste da área de preservação.

– A obra que está na reserva já perdeu o seu valor como arte. Hoje ela faz parte da vida marinha. Há 20 anos eu tive esta iniciativa e desta vez a intenção é a mesma. Além, claro, de estimular a preservação no local – diz o artista que se considera um dos percussores da prática de submersão de arte no Brasil.

Galeria embaixo d´agua

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Mas agora Pita quer ir além, vai instalar outras peças e criar uma galeria submersa no local. Ao contrário da segunda instalação, que demorou duas décadas para acontecer, a intenção do artista é submergir sua terceira peça em março.

– Hoje tudo que é feito próximo ao local precisa de autorização e por este motivo ainda não há nada confirmado, mas tenho planos – conta o artista teve a autorização da Marinha do Brasil para instalar a Bio Vida II.

Durante o processo de instalação que começa às 7h de sábado com a retirada da peça da exposição na Praça da Bandeira, em Porto Belo, até o afundamento programado para as 11h30min, uma equipe da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo irá acompanhar a operação.

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– Vamos dar apoio ao artista no local, mesmo o Saco do Capim estando fora da reserva ambiental – conta o chefe da reserva Ricardo Castelli Vieira.