Há três meses os moradores do bairro Garcia passam pelos tapumes de madeira na Rua Hermann Huscher, em Blumenau, e se perguntam: “Por que a ponte que liga à Rua Maria Cavilha ainda não está pronta?”. A dúvida acontece, pois o prazo inicial para a entrega da obra expirou em abril deste ano.
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No canteiro da obra ninguém mais trabalha. Apenas fiscais de empresa responsável pelo serviço passam no local, às vezes, para averiguar se nada foi furtado ou vandalizado. Os serviços foram paralisados há cerca de dez dias. Até o momento, a obra ainda não chegou aos 10% de evolução. Apenas uma galeria e a base para uma das cabeceiras da ponte foram feitas, além da preparação dos terrenos.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura Urbana de Blumenau, o problema é a suspensão de recursos para o pagamento da empresa que presta o serviço. Por conta dos atrasos, a empresa paralisou as atividades. Os recursos foram conseguidos através de uma emenda parlamentar do ex-senador Dalírio Beber (PSDB), quando ainda estava no mandato, que terminou em janeiro deste ano. O valor total da obra é de R$ 6,1 milhões.

O secretário municipal de Gestão Governamental, Paulo Costa, explica que o contrato foi bloqueado pelo Tribunal de Contas da União, impedindo que o repasse fosse feito. Segundo ele, o TCU entendeu que a verba seria concedida através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junto com o dinheiro da Ponte Norte-Sul, que teve o projeto questionado e suspenso.
– Com esse entendimento do Tribunal de Contas, o órgão notificou o Ministério do Desenvolvimento Regional para bloquear a verba. Imediatamente nós fomos até Brasília para tentar destravar esse problema e expor a situação. O processo caminhou e pode ser que já nos próximos dias tenhamos avanços em relação à liberação e o pagamento da empresa – afirma o secretário.
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No dia 10 de julho, após o tema ser debatido em plenário do TCU, um acordão reconheceu que houve confusão no bloqueio dos recursos. Com isso, a administração municipal deve comunicar o Ministério das Cidades da decisão para que a verba seja liberada e a obra seja retomada.
Em relação aos prazos, Paulo Costa reconhece o atraso e não descarta um aditivo de contrato, já que os trabalhos foram interrompidos. Enquanto a obra não é retomada, alguns moradores, vizinhos da obra, questionam o atraso e pedem atenção das autoridades para a manutenção do canteiro de obras.
– Já não tenho outro assunto para conversar com as pessoas a não ser essa ponte e a demora para ficar pronta. Já veio um monte de gente aí, eles olham, olham e nada se resolve. O jeito é a gente esperar. Enquanto isso, eles podiam roçar o mato aqui, que está crescendo muito – afirma Helione Heleno Freitas, morador da Rua Maria Cavilha.