A macrodrenagem do rio Itaum-Açu, em Joinville, deve sair do papel somente no ano que vem. Com o temporal da semana passada, o rio transbordou causando alagamentos em vários pontos da Zona Sul e deixando famílias debaixo d’água. A obra deve reduzir o problema. A prefeitura vai lançar nos próximos dias a licitação para contratar a empresa responsável pelo projeto de drenagem. Somente depois desta etapa é que a obra poderá começar.
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De acordo com o prefeito Udo Döhler, enquanto o projeto não sai do papel, trabalhos de limpeza e desassoreamento devem ocorrer no rio.
— Executamos um projeto de limpeza dos canais, o que amenizou sensivelmente esta enchente. Esse mesmo programa será executado nos rios da Zona Sul também neste ano — menciona Udo Döhler.
A drenagem do rio deve ajudar a resolver um problema antigo relatado pelos moradores da região Sul, que não aguentam mais conviver com as cheias a cada temporal. Durantes a enxurrada da última semana, o canal transbordou deixando pessoas ilhadas e muitas casas debaixo d’água na região Sul. Uma das ruas mais atingidas foi a Passo Fundo, aonde a água chegou a quase 1,3 metro. Para a comunidade afetada, poucos móveis e eletrodomésticos puderam ser recuperados.
— Fica um sentimento de revolta na gente, porque perdemos tudo. Se alargar o rio em um metro de cada lado e uma limpeza, já ajudaria. Mas a Zona Sul é sempre esquecida — reclama Mariano de Assis, que mora na região Sul há aproximadamente 38 anos.
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Entulhos favoreceram enchente
Mariano conta que já passou por outras enchentes no imóvel, perdendo itens que foram comprados com bastante dificuldade. Além disso, o senhor observa que durante os anos muitos vizinhos passaram pela mesma situação. Para moradora Josefa Silva, o rio Itaum acumula muito entulho nas margens, o que também favorece os alagamentos nos dias de temporais. De acordo com Udo Döhler, em 2018 foi realizado a limpeza de rios da cidade.
A senhora, que mora no bairro Fátima há 24 anos, afirma que já passou por outros alagamentos, mas nunca viu um volume tão grande de água transbordando pela ponte. No prédio em que ele reside, a água chegou a entrar nos veículos que estavam estacionados na garagem. Nesta semana, a prefeitura deve receber as propostas e finalizar o edital de licitação da empresa que irá realizar o desassoreamento nos principais rios de Joinville.
— A última vez que fizeram uma grande limpeza dentro do rio foi em 2008. Melhorou os alagamentos no começo, mas como nunca mais foi feita a limpeza acumulou e aconteceu isso – afirma Josefa.
Investimento para macrodrenagem garantido
A macrodrenagem do Itaum-açu prevê a implantação de galerias pluviais em toda a extensão do rio. Como o projeto ainda não está pronto, não se sabe se será necessário manter o leito do canal ou desviá-lo para receber a obra. Além disso, como há moradores nas margens será necessária a desapropriação de algumas famílias. Ainda de acordo com prefeito, o investimento será de cerca de R$ 200 milhões – com recursos já garantidos por meio de convênio com o BID desde 2017.
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— Nos perdemos um espaço de tempo de quase dois anos para conseguir o aval do governo federal. Os recursos são do próprio município, agora precisamos vencer a etapa de projeto.
No total, 21 bacias foram mapeadas para receber a obra de drenagem em Joinville. A cidade sofre há décadas com o problema das cheias na Zona Sul e em outras regiões. De acordo com o prefeito, as enchentes estão na pauta do Executivo desde o início desta gestão, em 2013. Inicialmente, foram realizados estudos identificar os principais problemas que causavam os alagamentos. Assim, a obra para conter as cheias foi dividida em etapas.
— Com a macrodrenagem do rio Mathias e agora com o Itaum-Açu, nós atingiremos a quinta parte desta tarefa. Isso significa que um avanço importante — conclui o prefeito.