O local onde por mais de 20 anos funcionou a Central de Triagem, na área continental de Florianópolis, chamou a atenção de leitores da Hora ao passar por uma limpeza na tarde desta terça-feira. O prédio, que está para alugar por R$ 5.500, entrou para a história da crônica policial por ser o cenário de algumas das maiores fugas e rebeliões do sistema prisional catarinense.

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Desativado em março de 2014, depois de mais uma de tantas rebeliões, o local, conhecido popularmente como Cadeião do Estreito, ficou mais alguns meses nas mãos do locatário, a Secretaria de Estado de Segurança Pública. Logo após a desativação, o prédio passou a ser frequentado por usuários de drogas.

Em abril deste ano, um leitor chamou a atenção para a situação do galpão que se encontrava abandonado. Buracos no telhado, um grande matagal aos fundos e a degradação eram ingredientes perfeitos à proliferação do mosquito da dengue, como apontou o leitor.

Hoje, a imobiliária responsável por locar o imóvel disse apenas que não há ainda definição sobre o que será feito no local, pois o imóvel segue disponível para aluguel. Explica, ainda, que está prevista a limpeza da área, e não a demolição dos galpões. A estrutura, que fica na Rua Vereador Gercino da Silva, tem 1.266 metros quadrados.

Desativação

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No dia 28 de março de 2014, o Cadeião do Estreito foi desativado depois de mais de 24 horas de negociações. Havia 190 presos no local quando o cadeião foi fechado. A medida foi tomada após uma rebelião que ocorreu no dia anterior, quando outros 50 presos chegaram à estrutura já superlotada e começou a confusão. Eles foram transferidos para presídios de todo o estado após a desativação. O prédio ficou desocupado a partir de então.

Histórico de fugas

Em julho de 2008, ocorreu no local uma das maiores fugas da história de Santa Catarina, quando 54 presos escaparam numa noite de domingo. Na época, o Departamento Estadual de Administração Penal (Deap) informou que o agente de plantão teria aberto a cela para retirada do lixo e foi feito de refém pelos detentos. Em seguida, os rebelados conseguiram roubar três armas da unidade, que tinha aproximadamente 130 encarcerados. Houve troca de tiros com a polícia e dois presos ficaram feridos.

O Centro de Triagem do Estreito já era considerado uma das unidades prisionais mais problemáticas de Santa Catarina. Em abril daquele ano, a Justiça havia dado prazo de um ano para o Estado desativar a unidade. Foi apontado que estava localizada em área imprópria, dada a proximidade com comércio e residências, e que havia uma série de irregularidades nas instalações do prédio.

Em 2007, vistorias do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária perceberam irregularidades, classificadas como “desaconselháveis” para a permanência de presos no local.

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(Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação)