Depois de um ano convivendo com reformas no meio do atendimento a 100 crianças, em 2017 os pais dos pequenos da Creche Professora Maria Barreiros esperavam que a reforma e a ampliação da unidade do bairro Coloninha estaria pronta na volta às aulas — conforme prometido no ano passado. Não foi o que ocorreu. Em carta enviada ao prefeito Gean Loureiro, eles contaram que encontraram no início de fevereiro “um canteiro de obras, salas inacabadas, máquinas escavadeiras, tijolos, cimento, areia, poeira, barulho e sujeira, sem condição alguma para atender nossos filhos com o mínimo de dignidade”, indicaram na carta. Com as portas fechadas, as crianças da creche seguem em casa.

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Os pais lembraram ainda na carta, enviada também à Hora, que a luta pela reforma na creche levou dez anos. Em fevereiro de 2016, a feliz surpresa: uma equipe apareceu no espaço avisando que a unidade passaria por obras para sua ampliação e melhorias. Mais 60 crianças seriam chamadas, assim que a obra ficasse pronta. Ao longo do ano passado, as crianças foram atendidas com a obra rolando no espaço.

“Neste processo ficamos muitas vezes sem ter atendimento para os nossos filhos, e acredite quando falamos muitas vezes, não estamos exagerando, tudo em prol da continuidade da obra. As férias de julho também foram antecipadas em uma semana e depois prorrogadas em mais uma semana, totalizando trinta dias sem que as crianças fossem para creche. Em dezembro, mais uma vez foi antecipado o término do ano letivo”, afirmaram os pais na carta.

Na manhã desta quarta-feira, uma equipe trabalhava na reforma da unidade. Mas era perceptível que ainda havia muito a se fazer. Parte do muro da frente da creche estava quebrado, o parquinho não foi renovado, e no interior ainda era preciso reformar salas. Nos fundos, era possível ver que a sala do refeitório estava praticamente pronta. Outra equipe montava um novo parquinho na parte de trás da creche.

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Aditivo de mais de R$ 200 mil

Segundo a diretora Janaína João, ainda faltam alguns equipamentos, como louças e demais materiais, para as atividades. Para isso, seria preciso abrir novas licitações, coisa que não há data para ocorrer. Com o apoio dos próprios pais, disse Janaína, foi possível fazer uma rifa para comprar parte dos pratos, por exemplo, e uma pessoa chegou a doar 50 colchões para o soninho dos pequenos.

— Na semana passada, sentamos com a Secretaria de Educação para tentar solucionar parte dos problemas e conseguimos geladeira, freezer, algumas louças, ainda não o total necessário. A Secretaria vai fazer uma reorganização entre as unidades, para ver o que tem de sobra numa creche e que pode ser usada em outra — explicou a diretora.

De acordo com o secretário de Educação, Maurício Fernandes Pereira, a Maria Barreiros não é a única creche ou unidade de educação com problemas. Segundo ele, “foram herdados problemas grandiosos nas estruturas e dívidas financeiras”. A Secretaria de Educação ainda analisa um aditivo para a obra na creche da Coloninha no valor de R$ 233 mil. O valor total da obra, sem o aditivo que ainda não foi aprovado, custou R$ 1.927 milhão.

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— Pegamos 100% das obras com erros no projeto e em sua maioria há pedidos de aditivos. Estão sendo abertas auditorias para avaliar estes pedidos. Temos aditivos no valor de R$ 1 milhão. Não podemos assinar, confirmar, sem analisar— explicou o secretário.

Na próxima sexta-feira, o secretário irá sentar com a diretora da creche para buscar uma solução para volta às aulas. Mas por enquanto, segundo ele, não há previsão para o término da obra.

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