Pedaços de um diário pessoal, de carteiras de documentos, fragmentos de cartões de visita e de crédito, além de jóias e cosméticos estão na lista de 255 itens recuperados e identificados pela empresa americana BMS Cat relacionados às 199 vítimas do vôo 3054 da TAM. O acidente com o avião aconteceu em 17 de julho do ano passado em Congonhas. A empresa vai entregar cerca de 20 caixas com os objetos ao delegado do 27º Distrito Policial (Ibirapuera) ainda na manhã desta sexta-feira.

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O delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa disse ao site G1 que começará a discutir nesta tarde com as famílias como será a devolução dos bens. Um dos interlocutores é Dario Scott, pai de Thais Scott, de 14 anos, morta no acidente. Ele tem o catálogo nas mãos, mas afirma que não foram identificados objetos da filha:

– Vai ser um momento difícil para muitas famílias.

Especializada na gestão de catástrofes, a BMS trabalhou na recuperação dos destroços do ataque às torres gêmeas em Nova York. No caso da TAM, a empresa garimpou os destroços durante sete meses num galpão alugado em Embu, na Grande São Paulo. O trabalho terminou há cerca de duas semanas. Antes das caixas, o delegado recebeu catálogos com fotos dos objetos recuperados e ficou impressionado com a qualidade da busca.

– São coisas pequenas, resultado de um trabalho muito minucioso. Quero entregar às famílias o mais rápido possível – disse. – É um volume grande de coisas diminutas: dinheiro, jóias, cartões, anotações, papéis – afirmou.

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Além dos objetos identificados, o delegado deverá receber também um volume de materiais não identificados. Ele vai discutir com as famílias a melhor forma de tentar identificar esse material. Uma das dificuldades, diz ele, é o lado emocional da coisa.

– Vai ser uma carga emotiva tremenda – afirmou o delegado, explicando que o que não for identificado pelas famílias será remetido ao depósito do Fórum Criminal da Barra Funda, à disposição da Justiça.