O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é celebrado em 11 de outubro. A doença afeta 19,8% da população brasileira, segundo a última pesquisa do Ministério da Saúde, feita no ano passado. Em Blumenau, o número é ainda maior. Chega a 21% dos pacientes atendidos na rede pública. O problema chegou ao ponto de a Organização Mundial da Saúde estabelecer esta como a Década da Nutrição.

Continua depois da publicidade

O Brasil aderiu e, em maio de 2017, o governo federal apresentou uma lista de compromissos. No documento estão metas como frear o crescimento da obesidade entre adultos até 2019, reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em, pelo menos, 30%, e ampliar a ingestão regular de frutas e hortaliças em, no mínimo, 17%.

Os dois primeiros objetivos foram alcançados. Entretanto, ainda não se conseguiu deter o avanço da obesidade. Nos últimos 13 anos, de 2006 a 2018, a doença avançou 67,8% no Brasil. Um dos motivos pode estar na forma como o problema é entendido e tratado. Analisar apenas o que vai para a mesa não resolve, defende a coordenadora da Política Municipal de Alimentação, Adriana Stollmaier:

– Não se trata só de alimentação. Envolve atividade física, estado emocional, a inserção do indivíduo na sociedade. Às vezes, a pessoa nem percebe o que está comendo pela questão da ansiedade, por exemplo. Por isso trabalhamos também técnicas de meditação, respiração, autoestima, depressão. Quando aliamos todos esses aspectos, o resultado é a perda de peso.

Dados do início de 2019 indicam que 64% dos blumenauenses atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão acima do peso ideal. Isso não significa que estão obesos, explica a nutricionista Adriana. Porém é um alerta de que mudanças nos hábitos precisam ser feitas para o quadro não evoluir e acarretar em doenças, como exemplifica a coordenadora da política de Alimentação:

Continua depois da publicidade

– O Inca (Instituto Nacional do Câncer) tem pesquisas mostrando a relação do excesso de peso com o câncer, principalmente o de mama. Fora doenças como dislipidemia (que aumenta a chance de entupir artérias, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral), diabetes, hipertensão e problemas nas articulações.

É preciso atitude

O pedaço de bolo na festa de aniversário não é inimigo da saúde. Isso, claro, desde que a pessoa saiba como se comportar diante do alimento. Segundo a nutricionista da Secretaria de Promoção da Saúde, equilíbrio é a palavra-chave. Se não houver repetição, por exemplo, não há mal em comer uma porção. O problema surge, segundo ela, quando os excessos ocorrem. Nesse contexto, atitude é fundamental para estabelecer os limites e respeitá-los.

– Pode comer de tudo um pouco. Esse é o certo. Agora, quando os alimentos muito adocicados, ou excesso de sal ou não nutricionalmente completos se tornam a base da alimentação ocorre o desiquilíbrio. Aí, aliado ao sedentarismo e à ansiedade, já considerada o mal do século, o resultado é o ganho de peso.

Para quem está acima do peso, a nutricionista e coordenadora Adriana Stollmaier recomenda procurar ajuda. Na rede pública, unidades de saúde oferecem grupos com profissionais de diferentes áreas para que seja possível tratar o paciente de forma global. Isso inclui, além de nutricionista, psicólogos e enfermeiros. Em alguns postos existe, inclusive, com caminhada orientada, para estimular a prática de exercícios físicos.

Continua depois da publicidade

Como saber se você está obeso

A definição da doença ocorre de acordo com o Índice de Massa Corpórea, o conhecido IMC. Conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o cálculo, se dá por meio do peso dividido pela altura ao quadrado. As classificações são: IMC entre 25 e 29,9 equivale a sobrepeso; entre 30 e 34,9, obesidade grau I, entre 35 e 39,9 obesidade grau II; e maior do que 40, obesidade grau III. O valor desejado é entre 18,5 e 24,9.