O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem, durante entrevista concedida a diferentes redes de televisão americanas, que deseja evitar quaisquer medidas que “sinalizem protecionismo” ou provoquem tensões no comércio mundial.
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O comentário foi feito após ser perguntado sobre sua visão em relação às medidas protecionistas presentes no pacote de estímulo econômico, conhecidas como cláusula Buy American, prevendo que a maior parte dos recursos para o setor de infraestrutura seja direcionada a fornecedores americanos.
As medidas, altamente populares entre os democratas no Congresso e entre representantes do comércio americano, enfrentam uma série de críticas dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, alguns dos quais ameaçaram tomar medidas legais se a proposta se transformar em lei.
– Penso que seria um erro neste momento – afirmou Obama à rede de TV ABC News. – Esta é uma potencial fonte de guerra comercial que não poderemos evitar em um momento de desaceleração no comércio em todo o mundo – observou.
A disputa em relação à imposição de restrições aos fornecedores começou na semana passada, após a Câmara dos EUA aprovar um projeto que exigiria o uso de ferro e aço fabricado nos país em todos os projetos públicos. O Senado dos EUA está agora debatendo um pacote de estímulo com uma linguagem ainda mais restritiva, prevendo que “todos os bens manufaturados” utilizados em projetos públicos tenham fornecedores norte-americanos. A União Europeia (UE) elogiou os comentários de Obama.
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– Ele está apoiando o que é correto para o comércio, correto para a América e correto para a economia global – disse o porta-voz da UE, Peter Power.
Nesta terça-feira, a União Europeia disse, em carta enviada para a Casa Branca, que os Estados Unidos abririam um “precedente muito sério” se a legislação Buy American for aprovada. Autoridades da UE disseram que o grupo poderia entrar com reclamação na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo eles, esta legislação viola os acordos já estabelecidos pela OMC que proíbem a discriminação de fornecedores nos gastos públicos. As informações são da Dow Jones.