O presidente americano Barack Obama exigiu nesta sexta-feira a libertação “o mais rápido possível e sem condições” do soldado israelense supostamente sequestrado em Gaza pelo Hamas, considerando ser muito difícil um novo cessar-fogo sem o engajamento do grupo palestino.

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Obama também cobrou mais esforços para a proteção dos civis no território palestino, aprisionados em meio aos combates, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

– Nós condenamos inequivocamente o Hamas e as facções palestinas, que são responsáveis pela morte de dois soldados israelenses e do sequestrando de um terceiro poucos minutos após o anúncio de um cessar-fogo de 72 horas. Se eles são sérios em seu desejo de tentar encontrar uma solução para esta situação, este soldado deve ser libertado incondicionalmente o mais rápido possível – declarou.

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O presidente americano ainda ressaltou não ser particularmente importante saber se o Hamas ou qualquer outra facção foi responsável pelo sequestro.

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Além disso, segundo ele, o estabelecimento de uma nova trégua no conflito será “muito difícil se os israelenses e a comunidade internacional não puderem ter confiança no fato de que o Hamas pode manter as suas promessas”.

Obama também disse querer deixar claro que “os civis inocentes de Gaza, aprisionados em meio aos combates, devem pesar sobre nossas consciências e que nós devemos fazer mais para protegê-los”.

Ele ainda condenou o fim do cessar-fogo entre Hamas e Israel.

– O cessar-fogo era uma das maneiras de parar com as mortes. Se nós pudermos parar a luta, então é possível estarmos habilitados para chegar a uma fórmula para salvar vidas – afirmou Obama.

Mais de 1,6 mil palestinos morreram desde o início, há 25 dias, da ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Segundo a ONU, três quartos dos mortos eram civis, incluindo muitas crianças.

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Do lado israelense, 63 soldados e três civis foram mortos.

Pós-11 de setembro

Ainda no pronunciamento, o presidente admitiu nesta que as autoridades dos Estados Unidos haviam “torturado algumas pessoas” após os atentados de 11 de setembro de 2001, mas pediu para que este fato não fosse julgado com muita severidade.

– Nós fizemos coisas que contrariam nossos valores – reconheceu.

O governo americano deve divulgar nos próximos dias um relatório detalhando os abusos cometidos pelos agentes dos serviços de inteligência contra membros de grupos extremistas.

* Com informações da AFP