Sem esquecer as vítimas do atentado à Maratona de Boston e da explosão em uma fábrica de fertilizantes no Texas, o presidente americano Barack Obama caprichou nas piadas durante o tradicional jantar de gala da Associação dos Jornalistas que Cobrem a Casa Branca.
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Em estilo comédia stand-up, Obama fez graça de si, dos inimigos, dos amigos e até da franja da mulher, Michelle Obama.
As duas tragédias de abril, somadas às derrotas no Senado de evitar o recorte de US$ 85 bilhões nos gastos públicos e de não conseguir aumentar o controle sobre armas de fogo, além das recentes cartas envenenadas enviadas a ele e a outros políticos tinham deixado Obama com um aspecto mais grave e abatido. No sábado à noite, diante de cerca de 2,7 mil convidados em um hotel em Washington, Obama fez referências sérias aos episódios, mas passou a maior parte do tempo emendando uma piada na outra.
– Para dar um ar fresco ao meu segundo mandato, decidimos adotar alguns truques de Michelle – disse Obama, mostrando em um telão montagens de fotos suas com a controversa franja que a primeira-dama exibiu na posse do segundo mandato.
Cristão, nascido no Havaí, Obama brincou com sua reeleição e com quem o acusou de ser esquerdista e de não ser americano. Afirmou que o novo mandato lhe deu a chance de levar adiante uma agenda mais radical, embora tenha lhe deixado mais velho e com cabelos brancos:
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– Nestes dias, me olho no espelho e preciso admitir que já não sou o socialista, muçulmano, jovem e musculoso que costumava ser.
Outro alvo das brincadeiras de Obama foi o multimilionário Sheldon Adelson, que gastou uma fortuna para apoiar o republicano e adversário nas eleições, Mitt Romney:
– Seria melhor se Sheldon tivesse me oferecido US$ 100 milhões para que eu abandonasse a disputa.
A imprensa tampouco escapou.
– Admiro o compromisso da CNN de cobrir todos os lados da notícia para que um deles seja preciso – disse Obama, fazendo referência ao erro da rede de notícias ao afirmar que um suspeito dos ataques de Boston estava preso antes mesmo da localização dos irmãos Tsarnaev.
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O jantar no qual o presidente é a estrela assume a cada ano características que mais o assemelham a uma cerimônia do Oscar, com desfile de celebridades em tapete vermelho. Assim como na festa do cinema, um comediante de prestígio ajuda o presidente a arrancar risadas da plateia. O escalado desta edição foi Conan O’Obrien, que disse que teria de fazer seu discurso em espanhol nos próximos anos para saudar o presidente “Mario López”, diante da hispanização dos políticos americanos.