O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exigiu nesta quinta-feira às empresas de cartões de crédito que ponham fim aos “abusos” contra seus clientes, como aumentos inesperados nos juros e uma linguagem confusa nos contratos.

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– Temos que eliminar esses abusos e problemas – disse Obama perante os executivos das 14 maiores companhias do ramo que operam nos EUA e que viram como, em meio à profunda crise, as famílias recorriam com maior frequência aos pagamentos com cartão.

– Sabemos que os cartões de crédito são uma fonte importante de financiamento para os cidadãos e para as empresas que geram trabalho, e por isso vamos promover uma nova regulação do setor no Congresso – anunciou o presidente.

Obama detalhou algumas das linhas gerais da legislação que seu governo promoverá, e que será dirigida a melhorar a defesa do consumidor e a responsabilidade das empresas financeiras.

Nesse sentido, o governo buscará a proibição dos aumentos injustos nos juros cobrados em compras a crédito, assim como comissões e penalizações abusivas que às vezes são aplicadas.

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Segundo Obama, os extratos enviados para pagamento têm que estar escritos em linguagem clara.

– Não mais letras pequenas, não mais ‘termos e condições’ confusos – completou o presidente.

O chefe de Estado americano também quer que as empresas facilitem o acesso dos clientes a seus contratos, especialmente através da internet, e que sejam simplificados os termos nos quais novos produtos são oferecidos.

Por último, Obama apontou que a reforma deve recolher penalizações para as companhias que violem a lei ou para aquelas práticas que danifiquem as economias familiares.

O negócio de cartões de crédito aumentou de maneira exponencial nos últimos anos nos EUA, onde em janeiro de 2009 a dívida contraída por esse meio chegava a US$ 963 bilhões, segundo dados do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

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Com o agravamento da crise, a taxa de inadimplência e falta de pagamento cresceu um terço desde o final de 2006 até hoje.

Anualmente, as empresas de cartões arrecadam US$ 15 bilhões em multas, o que representa 10% de toda a receita do negócio.