Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff chegam nesta sexta-feira a Cartagena das Índias, na Colômbia, para participar dos debates da 6ª Cúpula das Américas. No encontro, estarão reunidos 34 presidentes e primeiros-ministros que, segundo especialistas, terão as atenções voltadas ao Brasil e aos Estados Unidos. Dentre os temas, os prioritários nas agendas dos governantes são o narcotráfico nas Américas e a exclusão de Cuba do encontro.

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A presidente brasileira deve chegar nesta tarde e pretende se reunir com Obama e Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, no sábado de manhã. Enquanto a Colômbia enfrenta as guerrilhas, o tráfico e a produção de coca, o Brasil é considerado o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm aproximadamente 5 milhões de usuários de cocaína.

No chamado Plano Colômbia, o governo norte-americano investiu US$ 1,1 bilhão para financiar, treinar e apoiar o governo colombiano a combater as guerrilhas e o tráfico. Porém, para países vizinhos, o plano conjunto é avaliado como uma ameaça à soberania de suas fronteiras.

Em janeiro, foi feito um acordo parecido entre Brasil, Bolívia e EUA que, segundo o assessor especial da Casa Branca para a América Latina, Dan Restrepo, é um bom exemplo de cooperação na região.

– O acordo inclui o Brasil na equação de uma maneira que o país, francamente, nunca esteve no passado. Á medida que o consumo de drogas se alastra pelas Américas, a resposta e a responsabilidade de lidar com esse desafio também têm de se expandir.

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Ex-presidentes, como Fernando Henrique Cardoso (Brasil), Vicente Fox e Ernesto Zedillo (México) e Cesar Gaviria (Colômbia), já expressaram seu apoio a propostas de descriminalização ou até legalização – embora só o tenham feito após sair do poder.

– A descriminalização não é uma solução nem uma opção viável, porque não vai acabar com o crime transnacional organizado – adiantou Restrepo.

Cuba fora da Cúpula das Américas

Meses antes da realização, a reunião gerou controvérsias devido à exclusão de Cuba, exigência dos norte-americanos. Em protesto, os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) disseram que pretendiam boicotar o encontro. Porém, nos últimos dias, somente Correa informou que não participará do encontro. Morales e Chávez devem participar.

No Brasil, as autoridades defenderam a participação de Cuba e reiteraram a necessidade de acabar com o embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA ao país desde 1962. Em decorrência do chamado bloqueio, Cuba vive momentos de dificuldades internas na sua economia e passou a abrir o mercado para investimentos estrangeiros.

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A exclusão de Cuba da Cúpula das Américas, segundo negociadores que participaram das reuniões prévias, deve ser tratada de forma reservada pelos presidentes presentes à reunião. O tema deve ser assunto do chamado retiro – momento em que os líderes debatem questões políticas.

Paralelamente, os presidentes conversarão sobre os esforços conjuntos para ampliar os programas de inclusão social e combate à pobreza. Dilma deverá mencionar os programas executados no Brasil e pretende reiterar que o tema também será discutido durante a Conferência Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.