O presidente Barack Obama defendeu, na terça-feira à noite, que o Congresso americano encerre o embargo econômico e financeiro a Cuba. O apelo ao Legislativo para decidir favoravelmente a Cuba foi durante o tradicional discurso do “Estado da União”, feito pelos presidentes norte-americanos desde 1790.

Continua depois da publicidade

Cláudio Wulf: “Só vejo aspectos positivos na reaproximação de Cuba dos EUA”

Luiz Antônio Araujo: Acabou a Guerra Fria nas Américas

Políticos debatem futuro de Guantánamo

Além do fim do embargo, Obama pediu o fechamento da prisão americana em Guantánamo, território cubano, e denunciou o que chamou de ressurgimento do antissemitismo contra mulçulmanos em certos lugares do mundo.

Continua depois da publicidade

– Nossa mudança na política em relação a Cuba tem potencial para acabar com um legado de desconfiança no hemisfério – disse, referindo-se ao anúncio que fez em dezembro sobre a reaproximação com o país e o governo de Raúl Castro, após 50 anos de rompimento das relações diplomáticas.

No discurso proferido à Nação e ao Congresso por quase uma hora, Obama pediu que os congressistas votem o fim do embargo a Cuba. Ele disse ainda que não vai desistir de acabar com a prisão situada na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, conforme havia prometido no início do seu mandato.

– É tempo de acabar o trabalho. Estou decidido e não vou desistir até encerramos a prisão – disse.

Ele observou que a prisão não “se justifica” e que não faz sentido mantê-la a um custo de US$ 3 mil por prisioneiro.

Continua depois da publicidade

No cenário externo, Obama demostrou preocupação com o ressurgimento do antissemitismo em “certas partes do mundo” e condenou os “estereótipos” contra os muçulmanos.

– Como americanos, respeitamos a dignidade humana. É por isso que continuamos a rejeitar estereótipos que insultem os muçulmanos, cuja grande maioria partilha o nosso compromisso com a paz – defendeu, referindo-se às manifestações de repúdio ao jornal francês Charlie Hebdo, no começo deste mês, na França.

Leia as últimas notícias de Mundo

O discurso dessa terça-feira foi o primeiro proferido por Obama no Congresso norte-americano depois das eleições legislativas de novembro do ano passado, que deram maioria aos republicanos no Senado e na Câmara dos Deputados.

O presidente também defendeu a igualdade de gênero, destacando que homens e mulheres devem ter salários iguais, e falou do desafio de enfrentar as alterações climáticas.

Continua depois da publicidade

Sobre o cenário interno, ele lembrou que o país atravessou uma crise em 2008 e que agora vive um momento de recuperação e de crescimento. O discurso do Estado da União é uma tradição política nos Estados Unidos e foi feito pela primeira vez em janeiro de 1790, pelo então presidente George Washington.

Em 90 segundos, entenda o que siginifica o acordo histórico entre EUA e Cuba:

* Agência Brasil