O presidente Barack Obama chegou nesta sexta-feira à noite (hora local) ao Quênia, em sua primeira visita à terra natal de seu pai desde que foi eleito.

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O avião oficial Air Force One pousou no aeroporto internacional de Nairóbi, onde Obama foi recebido pelo presidente queniano, Uhuru Kenyatta, com um aperto de mão e um abraço, e também por uma menina que lhe ofereceu um ramo de flores.

Em seguida, Obama saudou vários funcionários de alto escalão do governo queniano, incluindo sua meio-irmã, Auma, assinou o livro de visitas e entrou na limusine, que o levou do aeroporto. Com essa recepção, Obama dá início a uma visita na qual assistirá a uma cúpula de negócios e terá discussões sobre comércio.

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O presidente americano se dirigiu para o hotel, onde era esperado por outros membros de sua família queniana para jantar. O destaque era para “Mama Sarah”, matriarca do clã, com quem não tem laços de sangue, mas considera como uma avó.

O presidente nasceu no Havaí, de mãe americana e pai queniano. O casal se separou quando o filho tinha dois anos.

“A África é um lugar com um dinamismo incrível, onde se encontram alguns dos mercados que mais crescem no mundo, gente extraordinária, de uma resiliência extraordinária”, declarou Obama, antes de iniciar a viagem.

O presidente também vai à capital da Etiópia e visitará a sede da União Africana (UA).

De Nairóbi, Obama segue para o Vale do Rift, ao norte, até a capital etíope Adis Abeba.

Desde que assumiu o cargo, Obama já foi quatro vezes à África, mas nunca ao Quênia oficialmente. Ele conheceu o país antes de chegar à Casa Branca.

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O pai de Barack Obama nasceu no oeste do Quênia, em uma cidade perto da linha do Equador e do lago Vitória. Economista, abandonou a família quando o filho tinha apenas dois anos e faleceu em um acidente de carro em Nairóbi, em 1982, aos 46.

Os dois presidentes devem tratar de comércio e de segurança, mas a conversa pode, eventualmente, derivar para um tom mais pessoal.

O pai de Obama foi economista do governo do pai de Uhuru Kenyatta, Jomo, que presidiu o país por 14 anos, da independência do Quênia até sua morte, em 1978.

Como os dois não se entendiam, o pai de Kenyatta destituiu Barack Obama (pai), relegando-o a um ostracismo que teria contribuído para seu alcoolismo.

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O “retorno ao país”, por parte de Obama, foi durante muito tempo adiado pela acusação contra o presidente Uhuru Kenyatta, pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade.

A denúncia diz respeito a seu suposto envolvimento nos violentos atos pós-eleitorais entre o final de 2007 e o início de 2008. O caso foi abandonado em dezembro de 2014.

Em Nairóbi, Obama participará de uma cúpula mundial sobre o espírito empreendedor. Lançada em 2010, a iniciativa reunirá milhares de empresários.

Em Adis Abeba, ele tratará do déficit democrático africano, em encontro com os líderes do continente que integram a União Africana. Mais de 50 ONGs africanas e internacionais, como a Human Rights Watch e a Freedom House, escreveram ao presidente para lhe pedir que não deixe o assunto passar em branco.

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Blindagem

As autoridades americanas e quenianas reforçaram a segurança em Nairóbi, um país traumatizado pelos massacres dos shebab.

Nesta sexta-feira à tarde, por exemplo, horário em que são registrados os piores engarrafamentos da semana, as ruas já estavam praticamente vazias.

Na quarta, o comandante da Polícia de Nairóbi, Benson Kibue, anunciou que pelo menos dez mil policiais seriam enviados para a capital, ou seja, cerca de 25% do efetivo nacional.

A Força Aérea civil queniana fechou o espaço aéreo 50 minutos antes da chegada de Obama e voltará a bloqueá-lo por 40 minutos depois de sua partida.

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“O presidente americano é um alvo de muita importância, então, um atentado, ou inclusive uma tentativa, permitiria aos shebab ocupar o centro do palco”, alerta Richard Tutah, especialista em segurança que vive em Nairóbi.

Centenas de agentes do Serviço Secreto, a agência encarregada da segurança de Obama, chegaram ao Quênia nas últimas semanas. Segundo a imprensa local, a equipe inspecionou três hotéis da capital – o Sankara, o Villa Rosa Kempinski e o Intercontinental.

Nesta semana, um Osprey – uma aeronave projetada como um cruzamento entre um helicóptero e um avião -, que costuma estar estacionada na base militar americana no Djibuti, sobrevoou Nairóbi junto a um helicóptero branco com o selo do presidente dos Estados Unidos.

“O nível de segurança é asfixiante”, conta o analista Abdulahi Halaje, especialista em temas de segurança na região.

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* AFP