O presidente Barack Obama deu nesta terça-feira todo seu apoio ao projeto de lei para reintroduzir uma proibição para a posse de armas de assalto, depois do massacre ocorrido na escola primária de Connecticut.
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O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o presidente vai apoiar a iniciativa proposta pela senadora democrata Dianne Feinstein para proibir este tipo de armas, que define certos tipos de armas semiautomáticas com carregadores removíveis. Conforme o jornal The Washington Post, Obama passou ao vice-presidente, Joe Biden, a tarefa de levar o assunto adiante.
O tamanho da tragédia que se abateu sobre Newtown com a morte de 20 crianças e seis funcionárias da escola primária Sandy Hook, o debate pelo controle de armamentos ganha força. Nesta terça-feira, pela primeira vez desde o massacre de sexta-feira, as escolas da cidade reabriram para as aulas – menos os alunos da escola onde ocorreram os crimes.
Em meio a uma chuva fina, os tradicionais ônibus escolares amarelos voltaram a rodar pela cidade de Connecticut, onde cerca de 5,4 mil crianças estão matriculadas.
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Mas este foi apenas um pequeno passo em direção à normalidade em uma cidade que era conhecida pela baixa taxa de criminalidade e por um forte senso de comunidade até sexta-feira, quando um jovem de 20 anos matou sua mãe e depois tirou a vida de 20 crianças e de seis funcionários da escola elementar Sandy Hook.
As aulas começaram com até duas horas de atraso e medidas extras de segurança foram implementadas no exterior dos edifícios, com uma viatura na Newtown Middle School e fitas de isolamento da polícia mantendo jornalistas afastados da Saint Rose Elementary.
Na escola Hawley, um casal que acompanhava seu filho apertou as mãos e abraçou o policial ao entrar no local.
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Já os sobreviventes do massacre de Sandy Hook permaneceram em casa, e devem retornar às aulas no fim desta semana em uma escola perto de Newtown. Detetives e especialistas forenses continuaram a trabalhar na escola em uma tentativa de juntar as peças e entender o que aconteceu quando Adam Lanza abriu fogo no local.
Em um sinal da tristeza espalhada por esta pitoresca cidade da Nova Inglaterra, a parte da frente de todos os ônibus escolares foi decorada com arcos verde e branco, as cores da escola Sandy Hook. -Os arcos foram feitos à mão durante a noite pelos proprietários e funcionários da empresa – afirmou Joan Baumgart, da All-Star Transportation, que controla 50 ônibus escolares em Newtown.
Duas meninas e um menino de seis anos de idade mortos na escola eram enterrados nesta terça-feira.
Enquanto isso, a polícia permanece calada sobre o que descobriu que poderia explicar por que Lanz, que não tinha nenhum histórico de violência, realizou o massacre.
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As investigações têm se concentrado na escola, mas também na casa onde Adam e sua mãe Nancy viviam – e onde ele atirou contra ela no início de sua ação.
Entre os itens que são examinados estão o rifle e as pistolas que Lanza carregava e que pertenciam a sua mãe. Também há informações de que o disco rígido de seu computador estaria recebendo muita atenção.
Pouco a pouco, surge a imagem de um menino que ninguém conhecia bem e de uma mãe que fez de tudo para cuidar dele, mas que, fatalmente, o apresentou a sua paixão pelo tiro.
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Seu ex-colega de classe Alan Diaz disse à CNN que Lanza era “uma pessoa muito inteligente”, que tinha o “típico olhar nerd” e que, ao contrário de seus colegas que levavam mochilas, sempre carregava uma bolsa de computador.
– Nós todos meio que sabíamos que ele tinha problemas de relacionamento e tínhamos a sensação de que poderia ter algo errado com ele – disse Diaz.
Ele lembrou de disputar violentos jogos de computador com Lanza, mas disse que ficou surpreso ao saber que seu amigo atirou contra a mãe.
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– Eu nunca realmente imaginei que Adam quisesse segurar uma arma. Eu não imagino pessoas tímidas e quietas indo para um campo de tiro – disse.
Ao refletir sobre a mistificação geral em relação às ações de Lanza, Diaz afirmou:
– Em um ponto ele era um bom garoto. O que ele fez naquele dia pode ter sido algo mau, mas antes disso ele era apenas mais um garoto.