A Ordem dos Advogados do Brasil, subseção Itajaí, não quer mais um presídio na cidade e está se mobilizando para isso. Uma comissão formada por membros da ordem têm reuniões nesta semana para buscar apoio de entidades e, em seguida, formalizar campanha de desativação da unidade localizada no Bairro Nossa Senhora das Graças, o popular Matadouro.
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Nesta quarta-feira, o presidente da seccional Santa Catarina, Tullo Cavallazzi Filho, visitou a unidade para tomar conhecimento das atuais condições. Apesar de não afirmar que apoia o entendimento dos advogados de Itajaí, adiantou que talvez a desativação seja uma saída.
– Fizemos apenas uma visita, mas conseguimos observar, por exemplo, a impossibilidade de crescimento do presídio e a estrutura velha, como ocorre em outras unidades do Estado – explica.
Cavallazzi preferiu ser ponderado e disse que somente dentro de 30 dias a OAB-SC irá se pronunciar oficialmente sobre a situação das unidades prisionais em Santa Catarina. Ele explica que a visita faz parte de uma série para verificar a situação carcerária no Estado.
A OAB Itajaí se adianta e já articula a extinção do presídio do Matadouro. O presidente da subseção, João Paulo Gama, diz que nesta semana a comissão formada para tratar do assunto está agendando reuniões com o juiz da Vara de Execuções Penais da comarca, Ministério Público, associação empresarial e Câmara de Vereadores.
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– A partir do momento que tivermos os apoios necessários vamos fazer uma campanha pela desativação do presídio do Matadouro, até porque sabemos que isso não será feito de uma hora para a outra e só pela nossa vontade – diz Gama.
O presidente da OAB Itajaí explica que a desativação da unidade foi um compromisso firmado pelo governo do Estado a partir da conclusão do complexo prisional da Canhanduba. Mesmo com as transferências de muitos presos após a conclusão do complexo, esse acordo não foi cumprido.
– Itajaí aceitou receber o complexo e destinou uma área importante da cidade, mas com o compromisso dessa desativação. Por isso, acreditamos que essa campanha servirá para que o Estado cumpra com o prometido.
João Paulo Gama acredita que outras cidades da região, como Camboriú e Navegantes, teriam condições de estabelecer um novo presídio em substituição ao Matadouro.
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– Nós tínhamos 700 presos aqui antes de ser inaugurado o complexo da Canhanduba. Hoje temos 1,3 mil presos em Itajaí. A criminalidade de Itajaí não subiu a esse ponto. Tenho informações não oficiais de que o número de presos de Itajaí não chega a 30% desse total.
Com a transferência da unidade para outra cidade, a OAB vê que a área do presídio do Matadouro poderia ser usada para projetos de desenvolvimento social.
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