O Brasil está melhorando. Virou mais uma página triste de sua história com a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB). Poderoso e manipulador, conseguiu ser o protagonista político do Legislativo durante quase um ano. Para um país de dimensões continentais, mergulhado numa gravíssima crise e impactado pela roubalheira, foi desastroso o calendário que Cunha impôs aos brasileiros.
Continua depois da publicidade
O eleitor catarinense não tem do que se queixar. Dos 16 deputados, 15 votaram pela punição do cínico parlamentar. E apenas um único voto de apoio: do deputado federal Rogério Peninha Mendonça (PMDB).
É a leitura consensual em Brasília e os fatos não deixam dúvidas. Quem se absteve ou se ausentou da sessão estava fechado com Eduardo Cunha. Portanto, avalizando seus depósitos milionários nos bancos suíços, as propinas polpudas de negociatas denunciadas na Lava-Jato e fraudes escandalosas descobertas pela Polícia Federal.
Lamentável foi o day after de Peninha. Não atendeu ao celular, sua secretária no gabinete de Brasília mentiu para os jornalistas, o assessor de imprensa desligou os dois celulares, com a assessoria negando-se até mesmo a dizer se Peninha estava no gabinete.
Mais tarde, emitiu nota elogiando Eduardo Cunha, seu aliado em projetos e “decisivo para o impeachment de Dilma”, destacando apoio em verbas e dizendo: “Parlamentar só deve ser julgado pela Justiça e pelas urnas”.
Continua depois da publicidade
E duas frases emblemáticas: “Cunha não foi a julgamento por corrupção, mas por falta de decoro”; e “Não tenho rabo preso com ninguém”.
Definiu os que cassaram Eduardo Cunha como “oportunistas”.