A sociedade precisa se conscientizar logo da urgência de se garantir o reconhecimento a quem ensina, sob todos os aspectos.

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Questão central quando o tema é a qualidade do ensino no país, a importância de valorização dos professores para assegurar os avanços imprescindíveis nessa área volta a ganhar ênfase na mais nova etapa da campanha A Educação Precisa de Respostas. A missão de chamar a atenção para esse aspecto coube ao personagem Boi da Cara Preta e seu filhote, que precisarão motivar a sociedade a refletir sobre a necessidade de o magistério tornar-se mais atraente para as novas gerações. Sem professores em número adequado e com a qualificação adequada para atender às necessidades de quem se encontra em fase de aprendizagem, não há como continuar formando os profissionais necessários para atuação em diferentes áreas de atividade. Por isso, enquanto o país não se definir em relação a esse tema, os prejuízos continuarão incidindo sobre sucessivas gerações, o que é inadmissível.

Certamente, valorização no magistério tem relação direta com ganhos salariais. A carreira de professor só faz sentido se garantir também remuneração digna a quem optar por ela. Por mais importante que seja, porém, esse aspecto não explica tudo e, assim como as condições exigidas para um aprendizado adequado, varia dependendo da área de atuação de quem optou por lecionar.

O país tem o dever de reduzir logo o abismo nas condições de trabalho enfrentadas hoje por educadores que atuam nas redes particular e pública, na qual também há diferenças inconcebíveis dependendo se a instituição pertence à rede municipal, estadual ou federal. Independentemente de onde atuam, professores têm em comum a missão de ensinar e precisam contar com as condições indispensáveis para exercer sua atividade, incluindo a oportunidade de se reciclar permanentemente, como forma de se manter em dia com os avanços tecnológicos.

De maneira geral, sobretudo no setor público, mesmo quem optou pela carreira por vocação tem consciência de que as condições são adversas. A situação é ainda mais difícil para quem atua nas periferias, enfrenta alunos desmotivados, atende a um número excessivo de turmas em até três turnos no esforço de ampliar os ganhos e, mesmo assim, não percebe o seu papel devidamente reconhecido pela sociedade. Essas dificuldades ajudam a explicar os elevados índices de evasão de professores, a preocupante escassez de profissionais na área de ciências exatas e fatos como o de apenas uma minoria de brasileiros estimular seus filhos a optar pelo magistério.

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A sociedade precisa se conscientizar logo da urgência de se prestigiar quem ensina, sob todos os aspectos. Campanhas como a da RBS são uma tentativa de contribuir para essa causa, que é de todos.