Prestes a deixar o cargo de ministro do Turismo após pouco mais de oito meses – e de assumir a secretaria da mesma área no governo de São Paulo a partir de 2019 –, o catarinense Vinícius Lummertz destacou a importância do novo espaço para o turismo no Estado e pontuou as principais conquistas e os maiores desafios em sua passagem pela Esplanada dos Ministérios. Confira os principais trechos da entrevista:
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A estrutura interna deve estar pronta apenas em abril. Quando devem ocorrer os primeiros eventos nesse novo espaço em Balneário?
Já teríamos eventos esportivos possivelmente no mês de janeiro. A escala de eventos é de cinco, seis anos. Agora começa essa captação. Ainda levará um tempo para consolidar a busca de eventos, mas uma vez que consolide, nós teremos um calendário forte em Santa Catarina, que vai disputar com todos os mercados nacionais a atração para o Brasil, porque todos juntos podem colocar o país no topo dessa área. Já fomos 10º no mundo, (hoje) perdemos muitas posições, mas temos que recuperar. Por isso construímos vários centros de eventos no país. Esse (em Balneário) é o mais belo e mais preparado do Sul do Brasil.
Se definiu a questão da gestão do Centro de Eventos?
Penso que aqui caberá ao novo governo decidir isso. Nós só pedimos uma coisa: que se faça uma terceirização realmente com gente especializada e comprometida com o mercado da captação de eventos, porque esse é um mercado muito disputado. E que tenha uma empresa que consiga buscar eventos internacionais também. Nós já somos do selo internacional de eventos, mas agora vamos consolidar isso. E a chave é trabalhar com o mercado. A iniciativa pública não tem essa condição, o expediente acaba cedo, não tem disputa, não tem incentivo. Mas controlar essa terceirização é muito importante. E planejá-la, também.
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Qual o balanço que o senhor faz do período à frente do Ministério do Turismo?
Penso que o fato mais concreto em que se resume tudo é a própria manutenção do Ministério do Turismo. Nós levantamos a bandeira do turismo, fizemos evoluções importantes na área legislativa, ainda que tenhamos vários projetos a serem votados. De outra parte, eu trouxe recursos para Santa Catarina, perto de R$ 200 milhões divididos entre os municípios. Um fator singular muito importante foi a criação do Prodetur Mais Turismo, uma linha de crédito que só tinha no Nordeste e que há agora em todo o Brasil. Aqui em SC estamos chegando perto de R$ 1 bilhão de demandas. Portanto, temos agora uma perspectiva de melhora de ambiente de negócio no Brasil, com novas legislações que favorecem o turismo. No Congresso está para ser votada a nova lei do turismo. São 154 mudanças na lei de 2008, com desburocratização, coisas que melhorem o trabalho.
Tem algo que queria ter feito e não conseguiu?
São muitas coisas, porque as demandas são muitas. Nós gostaríamos de ter feito muito mais. Eu fui secretário nacional de políticas de turismo, presidente da Embratur. Queria ter transformado a Embratur em uma agência, não conseguimos. Tem muitas coisas que não se conseguem no tempo político, mas as sementes estão plantadas. Todas essas coisas que estou fazendo estão lá no Congresso para serem votadas, estão iniciadas e na consciência do trade turístico. Agora nós temos uma agenda, temos união do trade turístico nacional. Eu mesmo sou prova disso, que tive apoio unânime do trade para manutenção do meu nome para ministro (do Turismo), o que não foi possível em função da política, mas surgiu esse convite como secretário em São Paulo, que eu cumprirei com muito gosto.
Qual a expectativa para assumir a Secretaria de Turismo de São Paulo?
São Paulo é uma locomotiva de negócios, recebe 50 milhões de turistas todo ano, principalmente turismo de negócios, e estão muito ligados com Santa Catarina, com a nossa vida aqui, especialmente na área de investimento. Nós precisamos então é acelerar, porque se nós acelerarmos no turismo, não vai faltar emprego. O turismo tem uma capacidade enorme de desenvolver o Brasil.
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