Após oito dias de trabalho, a equipe de 29 bombeiros voluntários de Santa Catarina, voltou de Brumadinho neste domingo (3). Eles participaram do resgate às vítimas do rompimento da barragem da mineradora Vale, que ocorreu em 25 de janeiro.

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Até esta segunda-feira (4), segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, eram 121 mortos e outras 205 pessoas desaparecidas.

Impacto

Os bombeiros voluntários do estado tem uma unidade Arcanjo, que treina desde 2001 para atuar em situações limite como esta. Em Brumadinho, no entanto, a experiência foi singular, como explica o coordenador do grupo de bombeiros voluntários que atuou nesta missão em Minas Gerais Evandro Vinotti.

– Sempre o mais impactante é o sofrimento dos familiares, isso é o mais forte sempre. A gente acompanhou uma procissão dos famliares, cada um segurando o nome do seu ente querido, foi uma momento que mexeu com toda equipe. (…) A gente encontrou um povo extremamente hospitaleiro e vidas que são trocadas por indenização – afirmou.

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Com um médico na equipe, os bombeiros voluntários dispõem também do apoio de psicólogos em missões como esta.

Espera

Pouco antes da chegada da equipe, surgiu o risco do rompimento de uma represa no local, por isso, o grupo de catarinenses precisou esperar por dois dias para começar a atuar no resgate. Enquanto isso, trabalhou na ajuda humanitária a famílias das vítimas, conforme o coordenador da missão Evandro Vinotti.

– Nosso grupo tinha toda estrutura para se manter lá. (…) Lá veio voluntários do Brasil inteiro. Então tem grupo de amigo que faz uma camiseta e vai pra lá, sem treinamento, então é difícil para o comando, mas nosso grupo não, estava tranquilo, é bem treinado e tem disciplina – relatou.

Missão

Bombeiro há 30 anos, Vinotti já trabalhou no resgate de vítimas das tragédias do Morro do Baú e até do terremoto do Haiti. Para ele, o trabalho em Brumadinho foi marcante por vários aspectos.

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– Corpo inteiro é muito raro (encontrar). Aquela onda de lama derrubou trem, então é difícil encontrar corpo inteiro, então o que tem muito é segmento corpóreo. Então, quando a gente localizava, mandar informação de GPS para o comando para enviar aeronave para retirar de lá – contou.

De Santa Catarina também estão entre os profissionais que trabalham no local um grupo de militares que chegou a Minas Gerais na última quinta, 31 de janeiro, e a veterinária Kátia Chubáci que está no local desde quarta (30) ajudando a atender animais vítimas da tragédia.

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