O cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Carlos Melo, concedeu entrevista à coluna sobre a atual situação política brasileira. Confira:
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Qual a saída para esta crise?
Acredito que a sociedade precisa se conscientizar de que a crise é muito séria e estrutural. O governo anterior cometeu graves equívocos e pagou por isso. Mas não é o único responsável pela situação que vivemos hoje. O sistema político está em colapso. Ele precisa ser reestruturado.
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Por quem?
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Não pode ser pelos atores que estão aí. Precisa haver mobilização social e muita discussão para debater uma proposta séria visando uma grande revisão da Constituição para o capítulo da política. Não é uma reforma eleitoral, mas uma reforma de todo o sistema político e dos instrumentos políticos de poder: cargos, emendas, mandatos. Elas é que formam este “toma lá, dá cá.” Ninguém discute mais projetos no Brasil no campo da política. Só se fala de cargos. É preciso cortar este vínculo como fisiologismo.
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É possível a volta da presidente afastada Dilma Rousseff ?
Creio que não. Não vejo hipótese. O Senado não dá sinais disso. E a sociedade não vê como se ajustar o Brasil com a volta da presidente. Tampouco vejo que o presidente interino esteja consolidado. Ainda vivemos uma crise. Ele cometeu erros com pessoas comprometidas com o esquema anterior. O governo dá um passo a frente e dois atrás. Não pode só ceder para um sistema em colapso.
E quais as previsões para o segundo semestre?
Vai se dividir entre antes e depois das eleições municipais. Temos uma agenda complicada com recesso, Olimpíada e as eleições. Os congressistas terão muito receio de tomar medidas impopulares com as eleições municipais. Temas como reforma da previdência, reforma trabalhista são impopulares, mas vitais para o futuro.
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