Dificilmente outro show nesse ano irá superar o de Marisa Monte para o CentroSul lotado num coro de quatro mil vozes na noite de sábado (29). Minimalista, sem grandes cenografias e banda enxuta, o espetáculo passou por sucessos dos quase trinta anos da carreira dela, músicas que embalaram a juventude, as histórias de amor e os rompimentos de 10 entre 10 brasileiros, principalmente os da faixa dos 40 anos. O passeio partiu de Beija Eu, de 1991, passou por Maria de Verdade, de 94, e A Menina Dança, dos Novos Baianos, e teve seu momento apoteótico em Carnavália, gravada com os Tribalistas, em 2002.

Continua depois da publicidade

Marisa provou mais uma vez que está em outro patamar num olimpo de artistas cada vez mais efêmeros: é impecável no palco e fora dele, na afinação perfeita (parece que estamos escutando uma gravação na sala de casa), na performance emocionada e generosa ao vivo e na gestão da carreira, incluindo a escolha dos músicos que a acompanham (Pretinho da Serrinha, na percussão, e Pedro Baby, na guitarra, arrasaram). Floripa deu show junto, num espetáculo que foi todo ele um ápice. Marisa retribuiu prometendo que não demora tanto para voltar e declarando: Floripa, I love you. Uma celebração de amor e talento para não esquecer.

Longe dos holofotes, a atenção, o foco obstinado na música e a humildade seguem as mesmas:

– Ela é muito tranquila, um exemplo de educação e profissionalismo que reflete em toda equipe – contou Eveline Orth, produtora do show sobre a postura da cantora que mistura sofisticação e simplicidade como ninguém.

Continua depois da publicidade