Em 2010, durante uma turnê no Brasil, Madonna e a equipe pararam para jantar em um restaurante de São Paulo. Lá, a artista ficou encantada com um vinho produzido na Serra catarinense, após aceitar a sugestão do sommelier. A bebida foi aprovada pela cantora, tanto que comprou todas as garrafas do rótulo disponíveis no local.
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Segundo o enólogo Nei Rasera, da Villa Francioni — vinícola responsável pela produção da bebida —, o sommelier que indicou o vinho foi Manoel Beato, que tem experiência de mais de 30 anos na área. O fato ganhou notoriedade porque, à época, o profissional acabou contando a situação em um programa de rádio.
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A bebida que agradou o paladar da diva do pop é um rosé produzido com as variedades das uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Syrah, St. Jovese, Petit Verdot e Pinot Noir. As frutas, inclusive, são extraídas dos vinhedos da Villa Francioni, que ficam em São Joaquim, na região serrana do Estado.
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O vinho em questão foi produzido na safra de 2005 e é comercializado em todo país, por isso chegou ao Fasano Restaurant, em São Paulo. Rasera explica que a bebida é ao estilo dos rosés de Provence, na França, uma região bastante conhecida no mundo enológico pela produção de grandes vinhos.
A presidenta do conselho da vinícola, Daniela Freitas, ainda complementa que Beato sabia que a cantora gostava de vinhos rosés do sul da França e, como considerava o da Villa Francioni o melhor do Brasil, deu a dica para ela experimentar.
— Ela [Madonna], na verdade, foi um pouco receosa, porque tinha restrições, um certo receio de tomar outros tipos de vinho. Mas o Manoel Beato abriu a garrafa, entregou uma taça para ela, que experimentou e se apaixonou pelo vinho. Gostou demais e realmente levou todas as garrafas que ela pôde lá do restaurante — conta Daniela.
Características do vinho
O enólogo Nei Rasera pontua que a complexidade da bebida, que é produzida com oito uvas tintas, foi o que encantou a cantora. Durante a produção, o vinho passa pelo processo de sangria, que consiste na retirada de parte do líquido das uvas tintas antes de iniciar a fermentação alcoólica. Este procedimento também contribui para que se tenha uma cor diferenciada.
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Outro ponto que chamou a atenção de Madonna foi a garrafa, que é adquirida na França.
— O vinho tem essa característica com uma boa acidez, bastante agradável ao paladar, com aromas complexos. No nosso caso, tem um toque frutado, floral, que faz com que seja um vinho bastante agradável e gastronômico também — destaca o enólogo da Villa Francioni.
O vinho em questão demora em torno de seis meses para ficar pronto. Como as uvas ainda estão sendo colhidas até o fim de abril, a bebida chega ao mercado, normalmente, no final do ano. No varejo, é comercializado a R$ 118.
Confira imagens da vinícola
Rosé ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro
O enólogo Nei Rasera diz que o rosé não era um dos vinhos mais pedidos no país, justamente por não ser muito comercializado. Ele destaca que até se tinha alguns rótulos no mercado, mas nem sempre eram de qualidade. Foi a partir dos anos 2000 que o vinho começou a ganhar mais espaço e foi quebrando preconceitos.
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Rasera diz, inclusive, que uma das primeiras vinícolas a apostar no rosé foi a Villa Francioni, que desde 2015 se mantém com volume de comercialização. Atualmente, o mercado deste tipo de vinho é responsável por cerca de 7% do vinho comercializado.
Daniela Freitas ainda complementa que foi uma grande aposta feita pela vinícola e que, à época, encontraram dificuldades em achar especialistas para degustar este tipo de vinho, porque não havia boas referências no mercado.
A empresária afirma que o vinho está ganhando cada vez mais espaço e é o carro-chefe de vendas da Villa Francioni no Brasil. Para ela, o rosé combina muito bem com o clima tropical brasileiro e, para além de harmonizar com muitos pratos, é uma bebida festiva, que vai muito bem em recepções, casamentos, brindes e comemorações no geral.
— Apostamos fortemente porque acreditávamos que era um vinho super adequado para o nosso país, onde há muitos espaços para ser degustado, como em praias, piscinas… A gente tem um clima quente e o vinho é refrescante e resfriado para ser bebido. Também é muito versátil, pode acompanhar vários tipos de pratos leves, como saladas, frutos do mar, ostras, peixes, massas leves, suaves, com molho de tomate, então, assim, a gente acredita que é um vinho gastronômico e também vai muito bem em situações variadas — pontua.
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