Antes de viajar para a África do Sul com a família, o prefeito eleito de Florianópolis, Gean Loureiro, falou sobre os desafios que terá ao assumir a administração municipal.
Continua depois da publicidade
Moacir Pereira – O que vai acontecer em Florianópolis a partir de 1o de janeiro?
Gean Loureiro – Primeiro, vamos conhecer profundamente a verdadeira situação financeira e organizacional da prefeitura. Mas também uma atuação forte do poder público. A comunidade espera atuação firme da prefeitura em várias áreas. Teremos reuniões do colegiado às segundas, bem cedo, para definição das tarefas e metas para cada integrante. O prefeito estará na rua, cobrando estas ações. Vamos manter diálogo direto com a comunidade.
MP – O senhor já tem metas para redução de despesas?
GL – Os números apresentados até agora mostram que o rombo da prefeitura é muito maior do que vem sendo anunciado. Estamos elaborando um pacote de ações e projetos para enxugamento drástico do custeio da máquina para aumentar a arrecadação sem precisar elevar impostos. Sabemos que com recursos próprios não atenderemos demandas comunitárias. Por isso, estarei a cada duas semanas em Brasília buscando recursos no governo federal. Estamos definindo outras fontes de financiamento.
Continua depois da publicidade
MP – Qual o rombo que sua equipe já identificou na Prefeitura?
GL – O número apresentado inicialmente pela equipe atual seria em torno de R$ 90 milhões. Mas pelas informações que recebemos esse número será muito superior. Só entrando na prefeitura é que saberemos o total da dívida. Não temos capital e nem recursos para pagamentos imediatos.
MP – Quais seriam as ações mais impactantes?
GL – Em muitas situações falta a presença do poder público. A estrutura de produtos clandestinos no centro e balneários cresce drasticamente e a prefeitura precisa agir com firmeza. Temos contatos para ações integradas visando a acabar com esta situação ilegal no Centro. Vamos garantir o conforto dos pedestres, a concorrência leal e a urbanidade no centro e nos bairros. Seremos muito rígidos na cobrança da lei para todos. Aqui na Capital se criou uma indústria dos ambulantes. Há uma investigação em curso sobre os distribuidores dos ambulantes. É preciso mudar este cenário.
MP – Despesas aumentando, dívidas e receita caindo. Muita preocupação?
GL – Sem dúvida. Estamos pensando em medidas para se contrapor a esta dramática situação. Aprovaram um orçamento fora da realidade para 2017. Vamos ter de contingenciar no primeiro dia de governo. Cogitamos até da redução de impostos para arrecadar mais. Vamos agir contra os grandes devedores. É urgente cortar benefícios aos servidores, mudar a legislação de privilégios, que não se enquadram mais na realidade de hoje.
MP – Há muitos privilégios e abusos na prefeitura?
GL – Sim, há muitos privilégios no funcionalismo, alguns superados há muito tempo nos governos estadual e federal. Não podemos fazer jogo de enganação com os sindicatos dos servidores. Temos que abrir as planilhas e mostrar para a cidade. É hora de união, de superar este momento difícil e superar dificuldades para o desenvolvimento da Capital.
Continua depois da publicidade