Há mais de 35 anos que a temporada de verão destaca, como um dos fatos negativos, os elevados índices de poluição do rio do Braz, no norte da Ilha de SC. Seu desaguadouro natural é o rio Papaquaras, mas quando ocorrem temporais ou chuvas prolongadas ele estoura na praia, poluindo Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus e Ponta das Canas.

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Circundando o rio do Braz estão as sedes da Associação Catarinense do Ministério Público, da Associação dos Magistrados Catarinenses e da OAB de Santa Catarina, além de um dos mais modernos condomínios da Ilha. Na margem direita, junto à praia, o maior e mais movimentado camping de Florianópolis. Na esquerda, o trapiche das escunas, o espaço público que concentra, todos os dias, o maior número de turistas nacionais e estrangeiros.

Pois a passagem do ano foi marcada pelo maior índice de poluição do rio e de contaminação de centenas, milhares de visitantes e de veranistas. A prefeitura cavou uma saída profunda do rio do Braz em outubro, jogando nas águas da baia norte detritos de toda ordem e água escura, totalmente poluída. Desesperados, os campistas tentaram uma solução de emergência. A Policia Ambiental foi chamada. Munidos de escopeta, os policiais cancelaram a operação, depois de grande confusão.

A Casan tem uma estação elevatória na margem do rio. Uma válvula travou e a estação despejou no rio, bem próximo da praia, todo o produto do sistema de esgoto de Canasvieiras.

Cinco famílias do Paraná que estavam no camping tiveram problemas de saúde e retornaram ao Estado vizinho. Dezenas de veranistas foram atendidos em clínicas da cidade. Apenas uma das farmácias de Canasvieiras medicou cerca de cem pessoas contaminadas.

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Ibama, Fatma, Floram, Ministério Público, prefeitura e Ongs são eficientes em bloquear empreendimentos. Mas omitem quando se trata de um grave problema de saúde pública. Como o rio da vergonha catarinense.