Quando a Beira-Mar Norte se descortina à sua frente, Piero Giacomini se sente em casa. O italiano de 77 anos, 1m85cm e olhos infinitamente azuis, que se instalou na Ilha em 2003, enche o peito de orgulho e diz: aqui é a minha pátria. E cá para nós: ouvir isso de europeu que passou boa parte da vida comandando um conglomerado de empresas da área de biotecnologia do vinho tem outro significado.

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O ex-empresário que negociou com pessoas de todas as raças, credos e continentes percebeu que parte de sua missão no mundo dos negócios estava cumprida e decidiu fazer o que gosta: caminhadas à beira-mar, ouvir óperas, dedilhar um piano de meia cauda instalado em ponto estratégico da sala com acústica perfeita.

Piero é movido pela paixão. O amor pela música clássica faz parte de seu dia a dia. Na sua elegante casa, imensos vitrais coloridos reproduzem cartazes históricos de grandes óperas. No alto da parede, uma delicada pintura em dourado reproduz uma partitura que só reforça a atmosfera musical da sala.

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Como a cidade ainda carece de espaços para apresentações culturais, Piero decidiu transformar a garagem de sua casa numa sala de concerto: o Auditório Jurerê Classic, criado para fomentar espetáculos de música de câmara e jazz. A sala, que começou com 80 lugares, hoje já foi ampliada para receber 150 pessoas, e a maioria das apresentações, gratuitas, está sempre lotada.

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– A vida precisa ter emoção, e eu preciso dividir com as outras pessoas o que eu sinto, o que eu aprendi ao longo da vida – diz o italiano.

Ainda vai sete ou oito vezes por ano à Itália para visitar a família e acompanhar a administração dos seus quatro museus e da Fondazione Giacomini Meo Fiorot Musei Mazzucchelli, mas o foco da sua vida está em Florianópolis.

– É fácil dizer por que estou aqui. Pela qualidade de vida proporcionada pela beleza do lugar e pela doçura das pessoas.