Alexandre Souza
(Foto: NSC Total)

Israel é um dos ecossistemas empreendedores mais maduros do mundo. O país se destaca globalmente por invenções e, hoje, é um dos grandes centros de desenvolvimento tecnológico do mundo. Nas últimas semanas estive visitando o ecossistema de Israel e o de Portugal, dois países em maturidades diferentes, mas que podem servir de modelo para ações em nosso Estado.

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Em Tel Aviv, a cultura de apoio ao empreendedorismo e a negócios globais fica perceptível no momento em que você chega nas cidade. Estima-se que 1,4 mil startups nasçam anualmente em Israel — o que já gerou diversos cases que usamos em massa, como a Waze, o Wix, a Moovit e muitas outras.

Um dos maiores sucessos veio com a Mobileye, desenvolvedora de softwares para carros autônomos, que foi comprada pela Intel por U$ 15 bilhões.

Agora, como o país com a maior concentração de startups per capita do mundo se tornou um polo de inovação global? Primeiramente, com o exército.

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Em Israel, as crianças se preparam desde cedo para ingressar nas forças armadas.

O alistamento é obrigatório para ambos os sexos e a tecnologia é usada como forma de capacitação para os jovens.

Servir às Forças de Defesa de Israel (IDF) é uma espécie de passaporte para a vida adulta dos israelenses. Além de incentivar o trabalho em equipe, as forças militares dispõem de generosos orçamentos para desenvolver tecnologias relacionadas à segurança nacional.

Com apenas nove milhões de habitantes em um território cinco vezes menor que Santa Catarina, o mercado do país é pequeno. Os negócios que nascem ali têm de pensar grande por uma simples questão de sobrevivência. Por isso, os empreendedores mantêm um pensamento global.​​​

Tech SC: fique por dentro do universo da tecnologia em Santa Catarina​​​​​​​​​​​

Ao desenvolver negócios pequenos muito inovadores, o país atraiu a atenção de grandes players internacionais que acabam comprando muitas startups.

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Com foco em uma estratégia de fusões e aquisições, Israel cria a tecnologia e entrega para grandes empresas.

Outro fator importante é a diversidade. Desenvolvendo uma forte cultura de empreendedorismo e risco, o país é formado por imigrantes de diversas partes do mundo — mais de três milhões dos habitantes são estrangeiros. Desses, um milhão são russos, que chegam em Israel com alto nível de educação.

Além disso, o apoio do governo é um dos grandes fatores quando investem cerca de 4.2% do PIB em inovação. Em 1991, as autoridades criaram um modelo de incubação que financiava as startups, mas sem ter envolvimento no capital social da empresa. Estima-se que para cada dólar investido pelo governo, gerou de US$5 a US$6 para a economia do país. Hoje em dia, com capital suficiente para os negócios, o governo não apoia mais a iniciativa.

Outro fator importante é a aproximação do governo e da iniciativa privada com as instituições acadêmicas do país.

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Em Israel, as universidades são convidadas e financiadas para participar do mercado. Empresas são criadas dentro das universidades, com negócios gerados por alunos e professores.

Com uma população extremamente enxuta, um território diminuto, uma geografia desértica e com uma tensão geopolítica, Israel mantém cerca de 150 fundos de venture capital em operação e um PIB de US$ 400 bilhões

Uma inspiração para Santa Catarina e nosso caminho como polo de tecnologia e inovação.​​

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