Quando uma figura pública que serviu à sociedade com seu trabalho, foi agente de mudanças e referência a morte se torna uma reverência. Cidades, estados e um país podem se vestir de luto. Quanto mais importante, mais dura o enlutamento. Geralmente os decretos de luto não passam dos três dias. A falta de Luiz Henrique da Silveira chegou ao máximo da representação da dor: uma semana inteira. O que nada tem a ver com feriado.
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As escolas não vão parar. O trabalho continua. O que fica é o respeito no simbolismo e na reprogramação daquilo que é importante. Assim, a vida pública se altera, se reagenda, porque nada poderá ser tão importante no momento quanto se despedir e respeitar a ausência. Sete dias de luto é o tempo simbólico que o poder público decreta necessário para se reestabelecer.
Na Prefeitura Municipal de Joinville, até o importante fica para depois. Festas, inaugurações, reuniões são exemplos de algumas atividades silenciadas pelo luto. A reforma do CAIC Francisco de Oliveira, no bairro Espinheiros teve a inauguração adiada em respeito ao momento pelo qual passa a cidade. A Câmara de Vereadores de Joinville também adiou os seminários para debate da reforma política.
A exposição de esculturas de Pita Camargo ganhou os jardins do Museu de Arte de Joinville, mas em silêncio. Não houve o burburinho dos coquetéis. Mas as bandeiras ficam hasteadas como o de costume. Caso a União também tivesse declarado o luto, elas ficariam a meio mastro. A prefeitura se justificou e manifestou seu “pesar” no decreto nº 24.597, de 10 de maio de 2015. Considerando a vida pública, a carreira política e a acadêmica, o município justificou a atitude de vestir o luto, assim como o Estado.
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