Leandro Lehart, cantor do Art Popular, foi condenado a nove anos e sete meses de prisão por ter estuprado e mantido em cárcere privado Rita de Cássia Corrêa, em outubro de 2019. De acordo a vítima, o caso destruiu a vida dela. Em comunicado, Leandro disse ser “vítima de uma grande injustiça”. As informações são do g1.

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A equipe do Fantástico conversou com Rita, a mulher que denunciou o músico. Ela contou ao repórter Valmir Salaro que sofreu um “abuso grotesco e repugnante”.

Segundo o Ministério Público (MP), o artista compareceu a todas as audiências, mas negou a acusação. A condenação pela 17ª Vara Criminal de São Paulo previa pena em regime inicial fechado, mas o juiz decidiu que Lehard pode recorrer em liberdade. A publicação da condenação foi na última terça-feira (13). 

“Condeno o réu Paulo Leandro Fernandes Soares pelos crimes de estupro e cárcere privado, previstos nos arts. 213, caput, e 148, § 2º, do CP, à pena de 9 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão e 24 dias-multa, em regime inicial fechado, nos termos da fundamentação supra. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais. O réu poderá apelar em liberdade”, escreveu o juiz.

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O que se sabe sobre o caso

Segundo apurado pela equipe do g1, Leandro e Rita se conhecerem pelas redes sociais e passaram a marcar encontros. Na época, ela trabalhava no sistema público de transporte da capital paulista.

Rita passou por tratamento psicológico depois de ter sofrido abuso sexual na casa dele. Ela teve diagnóstico de estresse pós-traumático e chegou a tentar suicídio.

Conforme apurado pelo g1, o cantor deixou a vítima sair “apenas depois que ela se acalmasse”.

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O cantor chegou a encaminhar a ela três cestas básicas após sair do emprego por ter ficado abalada e culpada pela situação e ter ficado sem renda.

Ainda segundo apurações do g1, o caso foi registrado meses depois que ela procurou uma rede de apoio, que ofereceu ajuda psicológica e jurídica. À polícia e à Justiça foram entregues conversas com o cantor com supostas confissões.

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Priscila Pamela Santos, advogada criminal e representante da vítima, disse em nota:

“Foi com muita tristeza que recebemos a notícia do vazamento de informações relacionadas a esse caso, que é tão triste. Nossa preocupação sempre foi a de proteger a vítima e não tornar público algo tão sensível, mas em respeito ao trabalho da imprensa, aceitamos oferecer essa manifestação só para ratificar o acerto da condenação. O caso é repugnante! Um dos piores com o que tive contato durante quase 17 anos de profissão. É a síntese do horror, da subjugação e do ódio dos homens às mulheres”.

O que diz Rita de Cássia Corrêa

Rita conversou com exclusividade com o repórter Valmir Salaro, do Fantástico

Ela conta que Leandro a trancou por um bom tempo no banheiro e que depois que ele a soltou, a conversa tomou outro rumo. Ela acusa Leandro de racismo

— Ele disse: ‘Você acha que eu queria o quê? Relacionamento? O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?’. Que não era para eu contar para ninguém, divulgar na mídia, procurar a polícia. Porque eu nem teria condições de pagar um advogado para me defender, que o dinheiro que ele tem, os advogados dele iam agir contra mim, que eu ia sair com uma aproveitadora — conta.

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De acordo com Rita, depois das humilhações e abusos, ele chamou um motorista de aplicativo e a deixou ir embora.

— Já fui direto para o banheiro. Já ali no chão mesmo, me despenquei a chorar e fiquei muito tempo ali tentando me higienizar, tentando tirar todo aquele cheiro horrível, aquele gosto, escovando meus dentes. Ali embaixo do chuveiro — relembra Rita.

Logo após esse dia, Rita diz que a vida dela desandou. Ela conta ter que conviver com sérios problemas emocionais, além de ter perdido o emprego, e ter tentado suicídio.

O que diz Leandro Lehart

Lehart escreveu em comunicado: “Estou sendo vítima de uma grande injustiça, mas a verdade vai prevalecer em breve. São 40 anos de carreira e 50 anos de vida acreditando na justiça, e mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca. Obrigado por tudo”.

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A nota da defesa diz: “A defesa técnica de Leandro Lehart, em atenção aos pedidos da imprensa por comentários, informa que o caso corre em segredo de Justiça e ainda pende de decisão final, o que impede maiores considerações quanto aos fatos. De toda sorte, Leandro e seus advogados seguem confiantes no Poder Judiciário e que a verdade prevalecerá, com sua consequente absolvição.

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