Três dias depois de mãe e bebê terem sido encontrados mortos dentro de um apartamento em Blumenau, alguns questionamentos ainda devem ser respondidos durante a investigação da Polícia Civil, mas muito já foi descoberto. O único suspeito de assassinar Jéssica Mayara Ballock, 23, e o bebê Théo Pereira, três meses, é o marido dela, que está preso. Kelber Henrique Pereira, 28, foi encontrado no interior de São Paulo na última terça-feira (26).
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O que aconteceu no dia do crime?
A cronologia dos fatos está sendo montada pela Polícia Civil. Sabe-se que o casal e os dois filhos pequenos foram à casa da família de Jéssica no sábado (25). O delegado responsável pelo caso, Ronnie Esteves, acredita que o duplo homicídio ocorreu já no fim de semana.
Depois das mortes, Kelber pegou o filho mais velho, de quase dois anos, e seguiu para Minas Gerais de carro, onde deixou o menino com a avó paterna. De lá, foi para Bragança Paulista e trocou de automóvel, viajando sozinho até Paulínia, onde foi encontrado na terça-feira (26).
Como mãe e filho foram encontrados?
Uma ligação levou a Polícia Civil a um dos apartamentos da Rua Caçadores, do bairro Velha.
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Como eles morreram?
Dentro de um quarto, mãe e filho foram localizados com um corte profundo na garganta. A faca ensanguentada ainda estava no imóvel e foi apreendida.
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Qual a motivação do crime? O suspeito confessou?
Formalmente Kelber não confessou a autoria, já que ainda não foi ouvido pelo delegado. Porém, ao ser preso em São Paulo, disse aos policiais militares e a jornalistas que acompanharam a detenção que não se lembrava do momento dos assassinato, mas confirmou ser o autor dos crimes.
Ele não explicou o que o levou a cometer os homicídios e contou apenas que fez uso de cocaína naquele dia, além de ingerir bebida alcoólica.
Como o homem fugiu?
Ele foi encontrado pela Polícia Militar dirigindo por uma estrada da área rural de Paulínia e alegou que estava na cidade para se internar em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, contou o sargento do Batalhão de Ações Especiais da PM, Rodrigo Chagas.
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Como o suspeito conseguiu escapar? Alguém ajudou?
Apesar de não ser o foco, a Polícia Civil também investiga se pessoas ajudaram o suspeito a fugir. Algumas já foram identificadas e ouvidas. Se ficar claro que sabiam do crime, esses envolvidos podem ser responsabilizados, antecipa Ronnie.
Onde está o filho mais velho do casal?
Conforme a última informação obtida pelo Santa, o menino de quase dois anos continuava com os avós paternos em Minas Gerais. Uma decisão judicial definirá com quais familiares ele deve ficar.
O suspeito já cometeu outros crimes?
Kelber tem passagens por crimes envolvendo patrimônio, mas um mais grave veio à tona nesta quarta-feira (27). Ele é investigado por morte e ocultação de cadáver de outra mulher. O corpo dela foi encontrado em uma área de mata em Gaspar, em 23 de abril. O crime, de acordo com a Polícia Civil, teria sido cometido por Kelber após ter mantido relações sexuais com a vítima, que era garota de programa.
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Em depoimento, Kelber negou envolvimento na morte da garota de programa. “Afirmou que ela passou mal e veio a falecer ainda no interior do motel. Em desespero com a situação, já que sua esposa tinha acabado de dar à luz o segundo filho, ele decidiu desfazer do corpo”, informou o texto.
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No entanto, o laudo do corpo e do local do crime não indicam presença de sinais de violência. Por isso, a polícia ressalta que não é descartada a possibilidade de morte natural.
Um mandado de prisão temporária chegou a ser solicitado ao Poder Judiciário, segundo a polícia, mas foi negado à época.
Havia violência no casamento?
Não se sabe se Jéssica sofria violência doméstica. Porém, além do episódio de traição, pessoas próximas descreveram Kelber como um marido controlador. Segundo uma das melhores amigas de Jéssica, que preferiu não ser identificada, a mulher vivia em um relacionamento abusivo.
O homem costumava bloquear a família de Jéssica das redes sociais e proibia que ela mantivesse contato com os pais.
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Por causa desse isolamento, a amiga sequer conseguiu acompanhar a segunda gestação da vítima, mesmo sendo madrinha do primeiro filho. Os alertas sobre o casamento tóxico eram feitos, mas Jéssica dizia amar o esposo.
— Tentamos de tudo para afastá-lo, mas ela o amava e escolheu, por diversas vezes, dar outra chance. Ao que dizia para a gente, ele não era agressivo com eles — informou.
O casal estava junto há cerca de quatro anos, contou o delegado. A amiga acrescenta que a família vivia no apartamento da Rua dos Caçadores há pouco mais de um mês.
O suspeito ficará em São Paulo?
Ronnie solicitou a transferência de Kelber para responder o inquérito em Blumenau. A autorização depende da Justiça e ainda não foi divulgada.
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