Dois casos de bebês feridos enquanto estavam na creche chamaram a atenção em Criciúma nos últimos dias. Um bebê de um ano e dois meses voltou para casa com ferimentos no rosto após, supostamente, ter sido mordido por outro colega. Uma segunda criança, da mesma idade, teve queimaduras nos pés.

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Ambos os incidentes foram registrados na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI). Os fatos aconteceram em duas creches diferentes sob responsabilidade da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), na semana passada.

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O que dizem os pais

De acordo com a advogada Larissa Apolinário, representante da família da criança que sofreu a mordida, a secretaria da creche ligou para a mãe por volta das 15h da última quinta-feira (18) pedindo para que os pais fossem buscá-la, sem dar muitos detalhes sobre o ocorrido.

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Ao chegar lá, a informação recebida era de que a professora responsável saiu de perto do menino ao entregar outra criança aos pais e, quando voltou, encontrou o pequeno chorando e com mordidas. Ainda conforme a advogada, até o momento, ninguém chamou os pais para esclarecer os fatos ou prestar apoio.

— Outro detalhe preocupante é que as mordidas ocorreram por volta das 12h45min, mas a mãe só foi informada duas horas depois do incidente. Até o momento ninguém deu nenhuma explicação sobre esse atraso na comunicação dos pais, o que além de trazer uma angústia enorme, vai totalmente contra o que determina o Regimento Interno da Própria Afasc, que estabelece que qualquer fato ocorrido com as crianças deve ser relatado de imediato à direção para que localize os pais — enfatiza Larissa.

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Um outro bebê teve queimaduras nos pés após, possivelmente, tomar banho quente na última sexta-feira (19) em outra creche administrada pela Afasc. A reportagem tentou contato com a mãe da criança, mas ela preferiu não se pronunciar sobre o caso.

O que diz a Afasc

Em nota, a Associação responsável pelas creches confirmou os dois casos e disse que as situações são “infelizmente comuns no contexto da infância”. Segundo o comunicado, uma sindicância interna foi aberta para apurar os fatos.

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Ao contrário do que dizem os pais de uma das crianças, a Afasc afirmou em nota que “está em contato direto com os responsáveis pelas crianças envolvidas, oferecendo todo o suporte necessário, incluindo assistência médica e apoio emocional”.

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A Associação não informou quantos funcionários cuidavam das crianças no momento dos incidentes, nem se foram afastados. (veja a nota completa no final da matéria)

As investigações

Boletins de ocorrências sobre os incidentes foram registrados na Polícia Civil. De acordo com o delegado Marcelo Vianna, o inquérito foi aberto na tarde desta segunda-feira (22) para investigar o caso da queimadura com base no registro e exame pericial. Um novo exame médico deve ser realizado em 30 dias.

— O boletim de ocorrência do caso da mordida foi despachado pelo delegado Fernando Possamai, que determinou algumas diligências para reanalisar o caso — explica Vianna.

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Além da Polícia Civil, a própria associação também afirmou que investiga os casos internamente.

Leia a nota da Afasc na íntegra

A Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (AFASC), uma instituição com mais de cinco décadas de compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento infantil em nossa comunidade, deseja esclarecer recentes eventos ocorridos em uma de nossas unidades educacionais. Na última quinta-feira (18), durante o período de atividades, ocorreram incidentes envolvendo duas crianças sob os cuidados da AFASC. Uma delas foi mordida por um coleguinha, enquanto a outra, possivelmente, teve contato com água quente durante o banho. Situações como essas são infelizmente comuns no contexto da infância, onde a exploração e interação entre os pequenos são fundamentais para seu desenvolvimento. Ressaltamos que estamos investigando rigorosamente ambos os eventos, em colaboração com autoridades e equipe de gestão, visando garantir a transparência e a segurança de todos os envolvidos. É importante notar que, em um mês, uma criança na AFASC passa 176 horas na instituição, somando-se as seis mil crianças acolhidas, são mais de um milhão de horas mensais. Uma sindicância interna já foi aberta para apurar os casos e reiteramos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar das crianças que frequentam nossas creches, bem como com o apoio e suporte às suas famílias. A AFASC está em contato direto com os responsáveis pelas crianças envolvidas, oferecendo todo o suporte necessário, incluindo assistência médica e apoio emocional. É importante destacar que a AFASC é uma referência em educação infantil na região, com uma estrutura completa e dedicada ao cuidado e desenvolvimento das crianças. Desde o início de nossa gestão, em 2017, ampliamos nossos serviços, passando de 31 para 40 unidades educacionais, atendendo mais de seis mil crianças, e aumentamos nossos esforços para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade em todos os aspectos de nossa atuação e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais“.

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