Duas pessoas morreram após um avião de pequeno porte ser encontrado entre Itapoá e Garuva, no Norte de Santa Catarina, na madrugada desta terça-feira (4). As vítimas foram identificadas como Antônio Augusto Castro e Geraldo Claudio de Assis Lima, sendo o passageiro e piloto, respectivamente.
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O avião chegou a tentar contato com a equipe de controle aéreo do Aeroporto de Joinville minutos antes de desaparecer do radar. Conforme informações do Aeroporto de Joinville, o avião de pequeno porte não tinha pouso previsto para o aeródromo na maior cidade de Santa Catarina.
Fotos da vítimas e do acidente com avião em SC
Ainda segundo o radar de voos do site FlightAware, empresa de aviação digital que detém uma plataforma de dados e rastreamento de voos, a aeronave de MG foi flagrada pela última vez às 17h38min de segunda-feira (3), perto de Guaratuba (PR). Às 18h, conforme o Aeroporto de Joinville, o piloto chegou a fazer contato com a equipe de controle aéreo.
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De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião da empresa Conserva de Estradas era um modelo Beech Aircraft de 1982, realizava serviço aéreo privado e estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) regularizado, com vencimento apenas para 2025.
Empresário tinha negócios em SC
O empresário mineiro Antônio Augusto de Castro Santos, morto na queda de avião ocorrida na noite de segunda-feira (3), trabalhava no ramo da construção e, recentemente, tinha fechado contrato para obra em Santa Catarina. O advogado Alaor Esteves, irmão da vítima, afirmou que Antônio Augusto estava viajando com frequência para o estado. As informações são do g1.
Já conforme O Globo, o empresário havia comprado a aeronave há cerca de um mês e estava a caminho de SC para fazer a vistoria em uma obra. Além de Guto, como era chamado, o piloto do avião Geraldo Claudio de Assis Lima também morreu no acidente.
Moradores contam o que viram
Um morador de Braço do Norte, em Itapoá, foi acordado por sirenes durante a madrugada desta terça-feira (4). Claudinir Gerker, 55 anos, conta que a esposa e a filha saíram da cama assustadas com a circulação em volta da casa. Foi quando souberam que um avião havia caído na região.
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Claudinir cita que na tarde de segunda-feira (3), pouco depois das 17h, enquanto alimentava as criações, percebeu que o bimotor passava pelo local e sobrevoava baixo. No entanto, como havia bastante neblina, não conseguiu identificar para onde seguiu a aeronave. O local é uma comunidade rural que fica às margens da SC-416, via que dá acesso a Itapoá.
— O avião passou baixinho, só ouvi o ronco. Minutos depois, escutei um estouro, mas pensei que era um pneu de algum caminhão que tinha estourado. De madrugada, por volta das 3h, acordamos assustados com a casa cercada por policiais e bombeiros — relata.
Como foram feitas as buscas pelo avião
Além do Corpo de Bombeiros Militar, a Força Aérea Brasileira (FAB) também atuou nas buscas pelo avião mineiro. Foram usadas as aeronaves SC-105 Amazonas e H-36 Caracal.
A SC-105 Amazonas possui um radar capaz de realizar buscas sobre terra ou mar, com alcance de até 360 quilômetros. Um sistema de comunicação via satélite também permite o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos a baixa altura.
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A aeronave ainda conta com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. Isso permite realizar buscas pelo calor, permitindo detectar, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar.
Já a H-36 Caracal é conhecida por sua adaptabilidade em diferentes cenários operacionais. Sua ampla cabine permite acomodar cargas variadas, desde equipamentos até suprimentos médicos. Essa flexibilidade possibilita que o helicóptero seja utilizado em uma ampla gama de missões, incluindo Evacuações Aeromédicas, resgate em áreas remotas e desdobramento de tropas em zonas de conflito.
Investigações
Uma equipe de investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve investigar o que ocasionou a queda de um avião bimotor entre Garuva e Itapoá, no Norte de Santa Catarina, na noite de segunda-feira (3).
Em nota, o Cenipa, órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIpaer), localizado em Brasília (DF), afirmou que os investigadores foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave.
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“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, complementa a nota.
O Cenipa, ainda, frisou ainda que o posicionamento do órgão se dá somente a partir do fim das investigações, já que o objetivo, segundo eles, é de prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
“A conclusão da investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”, afirmou o Cenipa.
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