O Diário Catarinense entrevistou os três candidatos à prefeitura de Lages. Confira abaixo a entrevista com o candidato Antonio Ceron (PSD):

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DC – A imagem de Raimundo Colombo tem peso em sua campanha. Não teme herdar eventual antipatia ao governo dele?

Ceron – Quando você escolhe um parceiro, escolhe por inteiro. Quero o governador com a gente, até com os defeitos que ele tem. Pelo que representa para Lages, mas principalmente por o que ele representará se eu ganhar as eleições. Parcerias muito sólidas, já delineadas no caso de eu ganhar a prefeitura. Ele é aliado de corpo inteiro.

DC – Sua visão é positiva quanto à atuação dele em relação a Lages?

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Ceron – Com certeza absoluta. Não fez mais em alguns casos especialmente por falta de uma parceira, que acabou ficando mais no campo político, no caso da administração atual, do que no campo prático. Poucos projetos. Quando mandava um projeto, não tinha negativa disso, daquilo. Ele ajudou bastante, mas poderia ter ajudado mais. Esse “poderia”, vamos deixar para fazer nos primeiros dois anos do meu governo, se eleito, em que ele ainda será governador.

DC – Dizem que seu vice tem presença tímida na campanha. O que o senhor diria quanto à presença dele?

Ceron – Ele está totalmente integrado. Quem diz isso são os adversários, se não acharem defeito vão criar. Faz parte do jogo político. Ele faz parte de uma coligação partidária. Ele foi o vice escolhido dentro do PP, estou feliz com a presença dele. Está ajudando na campanha e vai ajudar na administração.

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DC – O senhor diz que pretende enxugar a máquina…

Ceron – Vou enxugar. Não é concebível ter em Lages mais de R$ 2 milhões por mês de gastos com comissionados. Com prefeito e vice juntos são 429 comissionados. A Itália, quando troca governo, muda 60 a 70 pessoas. Lages deve ser muito rica, né, para ter todos esses comissionados. Não vamos cortar, não vamos é admitir. Imagino que em 31 de dezembro os atuais comissionados serão exonerados. Vamos admitir exatamente o necessário para montar uma boa equipe técnica de governo com a participação de aliados políticos que tenham competência para ocupar o cargo.

DC – Essas pessoas, comissionadas, o senhor entende que não fazem papel importante na prefeitura?

Ceron – Na verdade, estão fazendo de positivo mesmo nada a não ser os efetivos, aqueles contratados em processo seletivo, e também muitos contratados que fazem a sua parte. Evidentemente, os comissionados são um “cabidaço” de emprego que não pode prosperar quando se vê prefeituras, Estado e União com dificuldades.

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DC – Seu plano propõe reaproveitar a verba de comissionados na pavimentação. Como fazer essa engenharia?

Ceron – Temos 25,2 mil metros de ruas onde passam o transporte coletivo que estão sem pavimentação. Com a economia dos comissionados, 52 folhas, podemos economizar em torno de R$ 50 milhões. Queremos zerar esses 25 mil metros e, a partir daí, aproveitar o recurso de outra maneira. A partir de janeiro esse dinheiro ficará separado para atender esse compromisso.

DC – Nas eleições passadas, o senhor não foi vitorioso por pouco (teve 49,29% dos votos). O que mudou daquele quadro para agora?

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Ceron – Foi uma eleição muito disputada, não se contesta o resultado. O que se contesta hoje é a eficiência da atual gestão. Deixou a desejar no campo de comportamento pessoal e de gestão. É a pior administração de 250 anos em Lages.

DC – O senhor se compromete a comparecer semanalmente às unidades de saúde. Isto não comprometeria seu tempo?

Ceron – Sou acostumado a levantar cedo e, antes de ir para a prefeitura, passar no posto de saúde. Mas não vou fazer só na saúde, vou fazer na educação também. É para sentir o que a comunidade precisa. Dia 2 de janeiro, se eleito, estarei em um dos postinhos antes de ir à prefeitura. Para levar entusiasmo e estímulo aos servidores trabalharem bem.

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DC – Isto mesmo em períodos de maior cobrança da população?

Ceron – Não tem problema nenhum. Só tem medo quem não fizer a coisa correta. Você não vai ser nem onipresente nem onipotente, você vai fazer dentro das limitações. Mas, no esforço, não há limitações.

DC – Um dos candidatos propõe lançar concurso público para a Guarda Municipal. A ideia o agrada?

Ceron – É evidente que alguns detalhes vamos conhecer no dia 2 de janeiro. Qualquer mudança mais profunda, vamos ter que aguardar os números. Imagino que precisamos dos 180 dias, com exceção das coisas essenciais, será uma torneira fechada total. A gente imagina que a situação financeira é complicada.

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DC – Tem restrições ao atual modelo de transporte coletivo?

Ceron – Lages tem um sistema de transporte coletivo que funciona razoavelmente bem. Há poucos dias houve renovação da concessão. Temos um ponto que precisa de ajuste com a concessionária. Em alguns locais os ônibus passam em poucos horários. Um pensamento meu é que quem deve formar a linha e horário é a prefeitura com a anuência da empresa. Na planilha de custos entram todos os detalhes. Mas no momento em que eu calçar todos os 25 quilômetros que faltam, a empresa também terá um ganho na manutenção dos veículos. A prefeitura tem como dar contrapartida e cobrar mais horários em algumas localidades.

Nuvem de palavras do candidato