Diz-se que é “melhor prevenir que remediar”, mas devemos definir do que falamos. Há que dizer o que prevenir, quando e quais os resultados esperados. Este é o caso da Prevenção Secundária para identificar um câncer de próstata já existente antes dos sintomas, pois examinar todos os homens a partir de certa idade reduziria a mortalidade e melhoraria a qualidade de vida.

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Os diagnósticos do câncer com exames de toque e de sangue (PSA) aumentaram, mas sem reduzir a mortalidade, porque os exames perdem muitos diagnósticos reais e identificam vários cânceres pouco agressivos que não reduzem a expectativa de vida, mesmo sem tratamento. Isto traz uma falsa segurança, pois com exames anuais por 10 anos, em mil homens, evita-se que apenas um deles morra, enquanto dois dentre eles morrerão por problemas cardiovasculares pelos procedimentos.

A Força Tarefa dos Estados Unidos para Prevenção contra-indica esse rastreamento. Evidências científicas apontam que os métodos são inadequados, sugerindo discutir cada caso, sem realizar exames em massa. Apenas homens com um familiar de primeiro grau com história de câncer de próstata devem realizá-lo. Aguardam-se novos exames que, após testados, permitam um rastreamento eficaz para esse importante problema.

Então, valem os princípios da Medicina de Família e Comunidade para atender o homem como um todo, ao longo do tempo e auxiliando-o no processo de decisão para um nível mais alto de prevenção, a Prevenção Quaternária, que previne iatrogenias, problemas causados por tratamentos ou exames inadequados, oferecendo alternativas eticamente aceitáveis.

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