O que faria você mudar de emprego? Como saber se está na hora de interromper a trajetória em uma empresa e partir para um novo projeto? Para chegar à melhor resposta a essas questões, pelo menos quatro variáveis devem ser consideradas: sobrenome empresarial, desafio ou oportunidade de crescimento, clima no trabalho e remuneração. Cada um desses aspectos tem ordem de relevância diferente, de acordo com o momento que o profissional está vivendo.
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– Uma nova proposta de trabalho pode ser interessante quando ao menos um desses aspectos está contemplado – diz Rubem Souza, diretor da RSA Talentos Executivos.
Para quem está disposto a ouvir uma nova proposta, qualquer uma dessas variáveis pode acentuar o desejo de mudança, principalmente se há algum tipo de insatisfação no emprego atual. Nesse cenário, a remuneração não aparece como principal fator, pois as propostas financeiras têm se mantido equilibradas de uma empresa para outra.
– Oportunidade de crescimento e desafios são quesitos que pesam mais nessa hora – afirma Souza.
Mudar de empresa nem sempre é garantia de realização profissional. Em um mercado de trabalho aquecido como o brasileiro, em que as opções de um novo emprego parecem mais numerosas, é fácil agir por impulso. Por isso, ao identificar a vontade de trocar de emprego, é fundamental ter calma e criar um plano de ação para garantir que a transição ocorra da maneira mais proveitosa possível. O primeiro passo deve ser entender o que motiva essa vontade.
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– Muitos mudam pelas razões erradas. Entre atribuir a infelicidade de uma vida a um casamento em frangalhos ou à insatisfação com o dia a dia na cidade, vários preferem jogar toda a causa da frustração no trabalho – alerta Sandra Loureiro, professora do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e orientadora profissional.
Investir em qualificação faz parte da estratégia
Se a frustração realmente for com a função atual, a recomendação é programar cada instante dessa mudança, que passa pela escolha de cursos de qualificação até a reformulação do currículo.
Para Felipe Pratini Ramires, 30 anos, que atuou por quase oito anos na área de comunicação visual, o que mais pesou na decisão de mudar foi a insatisfação por estar em um segmento onde a organização e a rotina nem sempre se encontravam. A natureza das atividades consistia na mudança diária de prioridades, o que não condiz com seu perfil.
– Além disso, trabalhava em empresa familiar e minha evolução parecia sempre estar à sombra do que eu representava no negócio – diz.
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Há uma semana, Ramires decidiu apostar suas fichas em outro caminho para sua carreira. Agora, irá se qualificar antes de buscar um novo emprego: está cursando a faculdade de Administração e investindo no planejamento, inclusive com ajuda especializada.
– Estamos fazendo um programa para análise de perfil, para ver onde posso ser mais eficiente em uma empresa, e me recolocar de forma direcionada no mercado – conta Ramires.
Mais qualidade de vida
Remuneração considerável e reconhecimento profissional não foram o bastante para manter Marcio Furlanetto de Mello, 35 anos, no setor bancário. Com 12 anos de experiência, Mello decidiu mudar não só de profissão, mas de ramo. Tudo em nome da qualidade de vida.
– A pressão como bancário era descomunal. Havia compensação financeira, mas o nível de estresse era muito alto – conta.
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Há oito meses atuando como representante comercial na área farmacêutica, Mello afirma que o clima da nova empresa e a expansão do mercado foram os pontos determinantes para trocar de atividade:
– Estou leve e feliz no meu novo emprego.
O que atrai os profissionais
Sobrenome empresarial: as pessoas se sentem valorizadas e com a autoestima elevada quando trabalham para empresas reconhecidas, bem-sucedidas e com marcas fortes. Organizações sólidas têm mais chances de oferecer oportunidades e perspectivas de crescimento pessoal e profissional.
Desafios: muitos profissionais trocam de empresa para adquirir aprendizados, superar seus próprios limites, crescer na carreira e testar novas experiências. Vencer os desafios propostos pelas organizações são fatores de motivação e entusiasmo para as pessoas.
Clima no trabalho: cada vez mais um bom ambiente é requisito essencial na busca de um lugar para se trabalhar. Melhor qualidade de vida e saúde física e mental se tornaram prioridades e direcionam os profissionais a vagas que permitam conciliar trabalho e satisfação.
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Remuneração: embora os resultados de algumas pesquisas demonstrem que a remuneração perde relevância no ranking dos fatores que levam os profissionais a trocar de emprego, muitos ainda o fazem para obter um salário melhor, além de benefícios. A busca pelo conforto e pela diversidade de produtos faz com que as pessoas aceitem melhores ofertas financeiras.
Fonte: Simoni Missel, diretora de desenvolvimento da Missel Capacitação Empresarial
Como preparar a transição
Estabeleça um cronograma: seja organizado, pondere e analise vantagens e desvantagem de cada decisão tomada.
Invista em qualificação rápida: quem quer mudar de emprego ou de área de atividade precisa desenvolver novas habilidades. Mas nem sempre há tempo disponível para uma nova faculdade ou um curso mais extenso. Opções de curta duração dão boas noções de habilidades que, uma vez conquistada a vaga, poderá ser refinadas pela prática do dia a dia. Também há boas opções de cursos online, que tem a facilidade do horário mais flexível.
Elabore um bom currículo: Procure ser objetivo, deixando claro porque você será uma boa escolha. Enumere os fatos e dados que mostram suas conquistas e perfil profissional. Prefira frases curtas e use verbos na terceira pessoa.
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Melhore a produtividade atual: a insatisfação costuma ser a grande razão de mudanças. Mas isso não é motivo para ser relapso ao desempenhar as atividades atuais. É muito importante deixar as portas abertas para um possível retorno. Além disso, mostrar serviço antes do desligamento pode ser a garantia, ao menos, de uma boa carta de recomendação.
Use a internet como sua aliada: com os bancos de emprego virtuais e redes sociais, há possibilidade de se candidatar a várias seleções simultaneamente. Pelas redes sociais, o contato com colegas de profissão pode ser retomado, o que permite obter um panorama de como está o mercado, quanto se ganha, quanto se trabalha, se há boas vagas disponíveis e onde estão. O lado negativo de tanta facilidade é que o candidato pode ficar sem critérios claros e participar de seleções que pouco ou nada têm a ver com o seu perfil.
Fontes: site Trabalhando.com, e RSA Talentos Executivos
Sinais de que chegou o momento de trocar
Demonstrar irritação com facilidade no dia a dia
Realizar as atividades no “automático”, sem aprender nada novo. Fazer a mesma coisa por vários anos não é algo necessariamente negativo. Mas, se você sente que não está mais aprendendo com isso, é bem provável que seja o momento de buscar outro trabalho mais desafiador.
Perder a admiração pelo gestor. Se você não admira o seu chefe em aspectos que valoriza, repense se está trabalhando com a pessoa certa.
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Não sentir vontade de dar o seu melhor no trabalho.
Ter a impressão de que o tempo está demorando muito para passar. Se você olha para o relógio a todo momento e os 20 minutos que passaram pareceram duas horas, é bastante provável que esteja entediado no trabalho.
Sentir-se livre ao sair do trabalho todos os dias.
Reclamar do trabalho ou do chefe com familiares, amigos e colegas. O sintoma mais comum de alguém que está insatisfeito com o trabalho é não parar de se queixar dele.
Fonte: Ynovação Consultoria