O que pensam outros uruguaios sobre o confronto contra o Brasil no Mineirão

Dois jornalistas baseados na capital Montevidéu, no Uruguai, e um jogador recém-contratado pelo Grêmio opinam sobre o confronto das 16h desta quarta-feira, entre as seleções Brasileira e uruguaia, no Mineirão, válido pela semifinal da Copa das Confederações.

Para eles, o Brasil é favorito, mas nenhum descarta vitória charrua à base de contra-ataques e linhas compactas a partir do meio-campo até o setor defensivo.

Veja, abaixo, o que eles dizem:

“A Uruguai le encanta jugar contra Brasil”

– Encanta enfrentar o Brasil, mais do que contra a Argentina. Porque o Brasil é maior. É sempre mais motivante jogar contra o melhor do mundo. Mas o Uruguai vai tratar de esperar a equipe de Luiz Felipe Scolari atrás e, só depois, sair em contragolpe. Vai repetir a fórmula com a qual obteve sucesso na Copa do Mundo e na Copa América, com Forlán e Suárez. Vamos fechar para que a bola não chegue a Neymar, Hulk, e tratar de colocar duas linhas bem juntas, suponho, e fechar o caminho. Em certo ponto, a equipe está envelhecendo, mas há uma renovação lenta com jogadores do sub-20, como Sebastián Coates, Nicolás Lodeiro e Gaston Ramírez.

Edward Piñon, editor de esportes do jornal El País, de Montevidéu

“Rompe los ojos, Brasil es favorito”

– Temos uma realidade. Depois da Copa do Brasil e do Maracanazo de 1950 se passaram 42 anos até o Uruguai de novo vencer o Brasil no território do adversário (Brasil 1×2 Uruguai). Foi em um amistoso em Campina Grande (no Estádio Ernâni Sátiro, na Paraíba). Tudo indica que o Brasil é o grande favorito, rompe os olhos, como se diz no Uruguai. Mas sempre há a possibilidade do mistério do futebol, como aconteceu há 63 anos no Maracanazo. Fantasmas estão aí. É como um boxeador destro que enfrenta um de mão esquerda. Vai se complicar. Agora, é preciso tirar os espaços e fazer uma marcação escalonada, não em linha.

Jorge Savia, editor e repórter esportivo do El País, de Montevidéu

“Nos contragolpes, o Uruguai é muito forte”

– Se estivermos todos juntos, em grupo, poderemos fazer uma grande partida. Nos contragolpes, o Uruguai é muito forte. Temos bons atacantes. É nosso ponto forte. Agora, não sei se vai repetir o Maracanazo. Como é no Mineirão, poderemos fazer um Mineirazo (risos). Sim, sempre se pode, mesmo que o Brasil seja uma grande equipe. Neymar é um excelente jogador, tem uma condição incrível, que desfruta em qualquer lado que jogue. Toda a equipe deve estar atenta, para marcá-lo em conjunto. Neymar no mano e mano, tem muita qualidade técnica. Contamos com alguns jovens, como Lodeiro, Ramírez e Coates. São jogadores que vieram de um processo de seleção, tem 20, 22 anos, e creio que isso será importante para dar ânimo ao time.

Maxi Rodríguez, meia recém-contratado pelo Grêmio