Quem percorre as cidades de Santa Catarina percebe que o uso das máscaras de proteção não é mais unanimidade. Há pessoas que continuam usando o equipamento cobrindo o nariz e a boca, outros transitam com a máscara no queixo e há também os que não usam mais a proteção. A desobrigação do uso de máscaras em Santa Catarina tem sido discutida pelo governo do Estado, e um decreto pode ser publicado no próximo fim de semana, como noticiou com exclusividade a colunista Dagmara Spautz

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Em Santa Catarina, desde 24 de novembro do ano passado, o uso das máscaras de proteção é opcional em ambientes abertos, onde é possível manter o distanciamento social. Segundo o decreto do governo do Estado, nos locais fechados ou em ambientes onde o distanciamento não é possível, o uso do objeto continua obrigatório. 

No caso das crianças de seis a 12 anos, o decreto atual determina que o uso dos equipamentos é responsabilidade dos pais ou responsáveis, que devem supervisionar a utilização da máscara.

Considerando a possibilidade de novas determinações por parte das autoridades governamentais, o Diário Catarinense foi às ruas de Florianópolis, Joinville e Blumenau ouvir a população, que se mostrou dividida sobre a liberação de máscaras: há quem concorda com o fim do uso e quem afirma que seguirá utilizando a proteção independente das decisões do governo.

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Na Capital, a comerciante Andreia Carmesini, que trabalha em uma loja do Mercado Público, relata que por ter contato com muitas pessoas de diferentes lugares seguirá usando a máscara.

— Eu quero ficar com as máscaras mais um pouco porque me sinto insegura se tiro. Acho que tem muita gente contaminada ainda, muita gente que não foi tomar vacina, e a máscara para mim funcionou muito bem, principalmente trabalhando no comércio, a gente não ficou doente. A gente conversa com pessoas de vários lugares do Brasil e a gente não sabe quem tomou vacina. Não tem controle nos aeroportos e rodoviárias, então vou continuar usando — afirma.

Mercado Público
A comerciante Adriana Varela diz que o uso da máscara traz segurança, considerando que ela lida com pessoas de diversas cidades (Foto: Camilla Martins, Diário Catarinense )

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Também comerciante no Mercado Público, Adriana Varela diz que não é a favor da liberação do uso das máscaras, pois ninguém quer voltar a um patamar alto de contágio da Covid-19.  

— Mesmo se liberarem [as máscaras], eu vou continuar usando para a minha segurança e a da minha família. A gente tem que continuar usando, eu não vou mais conseguir por muito tempo me sentir segura sem a máscara. Tem que continuar usando pra manter o nível da Covid lá embaixo — ressalta Adriana. 

Já o aposentado Raimundo Nonato apoia a não obrigatoriedade das máscaras. Ele afirma que modificou uma viagem para São Luis do Maranhão, pois, se fosse de ônibus precisaria usar o item por quatro dias. 

— Eu estou preparado para tirar a máscara, porque não estão valorizando tanto como era antes. Virou um acessório e acho que está na hora de parar com isso. Eu vou viajar para São Luis do Maranhão e são quatro dias de viagem, mas sabe por que eu não vou de ônibus? Porque não dá para usar essa máscara 24 horas daqui pra lá. Eu queria ir de ônibus, mas vou ter que ir de avião, porque são seis horas de viagem — conta o aposentado.

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Em Blumenau, também há pessoas que não querem mais usar o item, como a ex-moradora de Indaial — cidade que liberou a máscara por conta própria, contrariando a regra estadual. A vendedora lamenta não estar no município atualmente, mas ainda usa a proteção. O motivo, segundo ela, é respeito pelo próximo. Mesmo assim, diz que é chegada a hora de dispensar o uso e justifica: 

— Liberou baile, liberou bar. Todo mundo fica sem nesses lugares. Então tira logo de uma vez.

Em Joinville, no Norte do Estado, também há pessoas a favor do uso facultativo da proteção. Rosinaldo Campos de Olivera, 55 anos, acredita que já passou da hora de liberar o uso das máscaras. Ele afirma que, por causa do avanço na vacinação, não há mais a necessidade do item. 

— Sou a favor [da desobrigação], tem vários locais liberando. Não podemos ficar apegado a uma coisa, já tá todo mundo praticamente 100% vacinado — avalia.

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