Neste sábado é celebrado o Dia Nacional da Adoção. A data surgiu em 2002 com o objetivo de despertar o interesse da comunidade para um tema sensível. Dados do Tribunal de Justiça de Santa Catarina apontam que atualmente 200 crianças e adolescentes aguardam em abrigos por uma família. Um número alto para um Estado que tem aproximadamente 3,4 mil pessoas habilitadas para adoção.
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Ao falar sobre o assunto, espera-se aumentar um indicador que aponta 594 adoções em 2018 em Santa Catarina, dos quais 23 de Blumenau. Neste dia 25 de maio, o Santa compartilha com os leitores as cartas de quatro adolescentes, onde eles contam o que pensam em relação à família, os sonhos e como entendem a vida. São jovens que passaram pelo processo de adoção e também que ainda aguardam por uma família definitiva.
Rafaela*, 17 anos, aguarda por adoção em abrigo
Eu sou Rafaela*, tenho 17 anos. Tenho um irmão chamado Rodrigo*, de 13 anos. Moramos no abrigo desde 2017. Meu maior sonho é ter uma família e que meu irmão possa estar junto. Que seja uma família responsável, que tenha carinho, ame, que tenha afeto, respeito e que saiba tratar melhor que a família que tinha. Que a convivência tenha paz. Minha vida é diferente porque estou no abrigo e não tenho família. Quero ter uma vida saudável, que eu possa estudar e trabalhar. Sou feliz no abrigo, mas minha vida seria mais feliz se eu tivesse uma família.
Eduarda*, 16 anos, adotada há três anos
Meu nome é Eduarda*, tenho 16 anos e fui adotada faz três anos. Não é fácil ser tirada da sua família e ir para o abrigo. Lá você tem que seguir a rotina, tem que ter a vida regradinha. Você não pode sair, tem que ir para a escola com a carro da prefeitura, não pode ir na casa dos amigos fazer trabalho. É uma vida não muito boa para uma adolescente. Você sente falta de coisas tão bobas, como, por exemplo, eu sentia falta de ir ao mercado. Parece bobo né? Mas são pequenas coisas que você faz no dia a dia e que talvez muitas pessoas não gostam de fazer que você sente falta.
Quando eu estava no abrigo meu maior sonho era ser adotada por uma família legal, que me desse carinho e amor. E depois de 11 meses lá estava eu no Fórum assinando os papéis para ir morar com minha nova família. Chorei muito. Estava muito feliz. Eles são pais maravilhosos. Hoje sonho em fazer uma boa faculdade, ter uma família e ajudar meus pais. Como eu vejo a família? Eu vejo alguém que possa educar, dar amor, cuidar das pessoas. Nem tudo é mil maravilhas, assim como se fosse com um filho biológico. Às vezes, vai rolar alguns desentendimentos, mas isso serve para crescermos e evoluirmos. Eu vejo a vida de uma forma alegre, feliz, onde as pessoas pratiquem o bem.
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Hugo*, 13 anos, em processo de adoção
Meu nome é Hugo*, tenho 13 anos e moro no abrigo há um ano. Tenho uma irmã chamada Fernanda*, ela tem 10 anos. Meu sonho é ter uma família, sair do abrigo e ter a oportunidade de criar um bom futuro. Família para mim são pessoas que se importam uma com a outra, que não importa o que acontecer, estarão sempre dispostas a ajudar uma a outra. Minha visão da vida é que tudo pode melhorar e que serei feliz e farei outras pessoas felizes.
Fernanda*, 10 anos, em processo de adoção
Meu nome é Fernanda* e tenho 10 anos. Tenho um irmão que tem 13 anos e a gente está há um ano no abrigo. Meu sonho é ter uma família que cuide de mim. Eu imagino eu indo ao shopping com meu irmão. Eu imagino minha vida sendo veterinária e cuidando dos animais.
*Os nomes foram alterados conforme prevê o Manual de Jornalismo da NSC e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Dados Blumenau
– Quatro adolescentes aptos para adoção
– 190 pretendentes habilitados
– Adoções efetuadas em 2017 – 31 crianças
– Adoções efetuadas em 2018 – 23 crianças
– Adoções efetuadas em 2019 – 11 crianças
Quem pode adotar
Maior de idade, independente do estado civil e desde que 16 anos mais velho que o adotando;
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Os cônjuges, em conjunto, e comprovada a estabilidade da família;
Os divorciados ou separados judicialmente, em conjunto, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal;
Tutor ou curador, desde que encerrada e quitada a administração dos bens do pupilo ou curatelado;
Família estrangeira residente ou domiciliada fora do Brasil;
Todas as pessoas que tiverem suas habilitações deferidas e inscritas no cadastro de adoção.