A partir do primeiro dia de 2016, passa a valer o acordo ortográfico que busca padronizar a escrita entre nações que formam a Comunidade de Países de Língua Portuguesa. As mudanças já eram para estar em vigor desde 2013, mas houve adiamento.

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As novas regras, principalmente as relacionadas ao hífen, não têm unanimidade, com críticas de gramáticos como Pasquale Cipro Neto. E também defensores, como Evanildo Bechara, da ABL, que diz que a intenção foi unificar a escrita nos diferentes países. Não necessariamente simplificar. Muita coisa já vem sendo adotada. O que acontece a partir desta sexta é a oficialização do acordo.

Confira exemplos do que vai valer:

ALFABETO

– O alfabeto, que tinha 23 letras, passar a ter 26, com a inclusão do “k”, do “w” e do “y”. Porém, serão usadas somente em palavras e nomes estrangeiros e seus derivados e também em siglas e símbolos.

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ACENTUAÇÃO

– Não será mais colocado o acento circunflexo em palavras em que as vogais “e” e “o” dobrarem, como voo, enjoo, creem e veem (anteriormente, eram escritas “vôo”, “enjôo”,

“crêem” e “vêem”).

– Desligue o piloto automático! Os verbos “ter” e “vir” continuam com a conjugação e a

grafia normais na terceira pessoa do plural do indicativo: eles/elas têm, eles/elas vêm.

– Também perdem o acento as paroxítonas com ditongo aberto, como idéia (que agora

será escrita ideia), heróico (nova grafia: heroico) etc.

– O acento agudo nas letras “i” e “u” também não existe mais quando vierem depois de

ditongos nas paroxítonas. Exemplos: feiúra (nova grafia: feiura) e baiúca (baiuca). Perdem o acento no “u” tônico as formas com acento na raiz nos grupos “que” e “qui”, “gue” e “gui”. Por exemplo, o verbo argúi passa a ser grafado argui.

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HÍFEN

Quando será usado:

– Nas palavras com prefixo, só será usado hífen quando a palavra seguinte começar com a mesma letra que termina a primeira. Exemplos: super-realista, antiinflamatório, contra-atacar, micro-ônibus, sub-bacia.

– Nas palavras que começam pela letra “h”. Exemplos: super-homem, super-herói, anti-histamínico. Não será mais usado o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com as letras “r” ou “s”. Nesse caso, essas letras serão dobradas. Por exemplo: ultra-som (grafia antiga) passa a ser escrito ultrassom; contra-regra (grafia antiga) passa a ser contrarregra.

– Palavras com três ou mais elementos só levam hífen se forem nomes de bichos ou planta. Exemplos: copo-de-leite e mico-leão-dourado. Exceções: cor-de-rosa e pé-de-meia. Pé de moleque (anteriormente, era escrito pé-de-moleque, para designar o popular doce) não entrou na lista, por isso não tem mais hífen.

– Em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma unidade, não haverá mais hífen. Exemplos: manda-chuva passa a ser mandachuva; pára-quedas agora é paraquedas; assim com pára-quedista passa a ser grafado paraquedista.

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ACENTO DIFERENCIAL

Na língua portuguesa, existem palavras com a mesma grafia, mas sinônimos diferentes. Para não causar confusão, era usado o acento diferencial. Pelo novo acordo, em vários vocábulos, esse tipo de acento foi extinto. Palavras como pára (verbo) / para

(preposição); pêlo (substantivo) / pelo (preposição) terão a mesma grafia, mas não serão mais acentuadas. Exceções: pôr (verbo), por (preposição); pode (verbo poder no presente), pôde (verbo poder no passado).

TREMA

Não se usará mais o trema em palavras como lingüiça (nova ortografia: linguiça), frequência (frequência), sagüi (sagui), etc. Ele será mantido em palavras estrangeiras e

seus derivados. Exemplos: Müller, mülleriano.

FERRAMENTA MOBILE

Apesar de a maioria dos processadores de texto já estar adequada ao novo acordo, ainda assim dúvidas podem aparecer. Nesse caso, a vida é facilitada para quem tem smartphones e tablets. É possível baixar, de graça, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. No campo de pesquisa da Playstore (Google Play) e App Store, basta digitar “volp” e baixar o programa.

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