A ampliação da análise da água do mar nas principais praias de Santa Catarina foi anunciada na terça-feira (24), com a assinatura de um termo de cooperação entre órgãos estaduais. A medida não muda a metodologia da avaliação, mas busca garantir mais agilidade na atualização da condição dos balneários mais movimentados do Estado.

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Na frequência de coleta atual, uma vez por semana durante a alta temporada, um ponto de análise demora pelo menos 28 dias para ser atualizado como próprio após um resultado impróprio. Com o aumento do número de análises, o tempo pode cair pela metade no melhor dos cenários. A explicação foi dada pela presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Scheila Meirelles, ao colunista Raphael Faraco nesta quarta-feira (25).

— Quando um ponto recebe o resultado como impróprio, ele precisa de quatro análises com resultado positivo para voltar a receber a placa com o escrito “próprio” na praia. Com esse novo formato, o tempo vai passar para 14 dias — afirmou a presidente.

Dessa forma, os pontos também podem ser convertidos em impróprios com mais facilidade. Por isso, o IMA afirma que, com mais testes, a análise passará a “refletir melhor as condições ambientais dos pontos amostrados, servindo de apoio para as ações de melhoria de saneamento, demonstrando quais são realmente efetivas”.

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Serão 82 pontos do litoral com duas coletas de amostras por semana e que poderão ser atualizados com mais frequência. Segundo Meirelles, os locais foram escolhidos por serem os balneários mais sensíveis em contaminação e que têm apresentado resultados impróprios por várias semanas consecutivas.

O IMA estuda iniciar a segunda coleta da semana nesses locais na próxima sexta-feira (27). De acordo com o termo de cooperação que possibilita essa medida, a programação com duas análises por semana está prevista para durar até 31 de março.

Além disso, as áreas com o dobro de coleta de água também passarão por uma análise da carga viral e a informação será agregada aos relatórios. Questionada, a assessoria do instituto confirmou que a epidemia de diarreia causada por norovírus em Florianópolis contribuiu para a decisão de verificar a presença de vírus nas amostras.

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A Capital é a cidade que concentra os pontos avaliados como “sensíveis” e terá 26 locais com coletas duas vezes na semana. O Norte da Ilha de Santa Catarina é o foco da ampliação da análise.

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Veja a lista das cidades que terão o dobro de análise:

  • Balneário Camboriú (10 pontos);
  • Balneário Piçarras (2 pontos);
  • Bombinhas (9 pontos);
  • Florianópolis (26 pontos);
  • Itajaí (5 pontos);
  • Itapema (9 pontos);
  • Navegantes (4 pontos);
  • Penha (11 pontos);
  • Porto Belo (6 pontos).

Veja o mapa da balneabilidade em SC:

Como é feita a análise

O monitoramento é realizado em 27 municípios litorâneos de SC e mais de 100 praias e balneários. O parâmetro indicador básico para a classificação das praias quanto a sua balneabilidade em termos sanitários é a densidade de coliformes fecais. A água é considerada própria quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros, e Imprópria quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas, no mesmo local, for superior que 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

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