Menos de uma semana. Esse foi o tempo necessário para que a Polícia Civil considerasse montado o quebra-cabeça da morte de Maurício Eduardo Rosskamp, consultor jurídico da Câmara de Vereadores de Joinville. O advogado foi morto aos 52 anos com golpes de pedra às margens da rua Rio Velho, no bairro Paranaguamirim, na madrugada da última quinta-feira (20).

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Quatro pessoas são suspeitas de participação no crime e uma jovem de 20 anos, identificada como Adriele Cristina Bordignon, já está presa desde sábado. Continuam sendo procurados: Lucas Henrique Cardoso (20), Jean Henrique Cardoso (26) e Gabrieli Gomes (19).

Nesta quarta-feira (26), o delegado Dirceu Silveira Júnior, titular da Delegacia de Homicídios (DH) informou ao “AN” que as investigações em torno das circunstâncias do assassinato estão avançadas e o inquérito policial deve ser concluído em breve. Tudo indica para o indiciamento dos quatro suspeitos pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

Veja o que já se sabe sobre o crime:

Quem era a vítima?

Maurício Eduardo Rosskamp tinha 52 anos e era advogado. No próximo ano ele completaria 24 anos de serviços prestados à Câmara de Vereadores de Joinville, local em que era consultor jurídico. Antes, trabalhou em escritórios particulares e estagiou no Ministério Público de Florianópolis.

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Maurício era um dos três filhos do também advogado e ex-vereador e ex-deputado estadual Raulino Rosskamp. Ele era casado com a professora Ana Lúcia Martins, com quem tinha um filho de 14 anos. Ele também tinha dois filhos, de 28 e 19 anos, de outros relacionamentos.

Quem são os suspeitos?

Adriele Cristina Bordignon, de 20 anos, presa no último sábado. Ela confessou envolvimento no crime. Adriele também apontou para a polícia a participação de seu namorado, Jean Carlos Cardoso (26), do irmão dele, Lucas Henrique Cardoso (20), e da concunhada Gabrieli Gomes (19). Os três citados por Adriele e apontados pela polícia como suspeitos são procurados e têm mandado de prisão temporária em aberto. Todos possuem passagens pela polícia por crimes contra o patrimônio e são naturais de Joinville (SC).

Em que local o crime ocorreu?

De acordo com imagens obtidas pela Polícia Civil, Maurício passou de carro pela região central de Joinville, nas imediações da Rua Itajaí, quando foi abordado por Adriele, que serviu de isca para a execução de um roubo. Na sequência, segundo a polícia, os demais suspeitos entram no carro junto com a jovem. De lá, a vítima é levada para às margens da rua Rio Velho, no bairro Paranaguamirim, onde foi morta a golpes de pedradas.

Os suspeitos conheciam a vítima?

Não. De acordo com as investigações quando os quatro jovens se reuniram a intenção deles era praticar um roubo, independente de quem fosse a vítima. “Eles não tinham uma definição de alvo, aconteceu com esse rapaz como poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa”, salienta o delegado Dirceu Silveira Júnior.

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O que aconteceu?

A polícia aponta que Maurício Rosskamp foi vítima de um latrocínio, roubo seguido de morte. “A intenção sempre foi a prática de roubo pelos autores. O que aconteceu foi uma questão ocasional, eles já tinham a intenção do roubo e acabaram tirando a vida da vítima com golpe de pedra”, aponta o delegado responsável pelo caso. Ele cita ainda que não há indícios de que eles tivessem arma de fogo.

Considerada pela polícia como “isca” para o roubo, Adriele contou sua versão dos fatos e disse que “Lucas estaria pilotando o carro e ela estava ao seu lado no banco de carona. No banco de trás estariam os outros dois suspeitos e a vítima”, aponta. A cena se sucedeu a uma abordagem feita à vítima na região central durante a madrugada.

— No local, segundo informações da Adriele teriam desembarcado desse automóvel ela e o Lucas, a quem ela aponta como o autor direto do golpe que vitimou o advogado — afirma o delegado.

O que foi levado?

Foram roubados R$ 504 em dinheiro, a aliança de casamento e o aparelho celular da vítima. O carro de Rosskamp foi levado do local da morte para outro ponto da cidade, sendo localizado incendiado no fim da rua Jacupiranga, no bairro Aventureiro. O veículo estava cerca de 17 quilômetros distante do local onde o corpo do advogado foi encontrado.

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Quais os próximos passos da investigação?

Agora a Polícia Civil realiza diligências para conseguir prender os três suspeitos, que são considerados foragidos e acredita-se estarem fora da Comarca de Joinville. A intenção da polícia é concluir o inquérito policial já nos próximos dias com todos os suspeitos presos. A oitiva de testemunhas segue em curso e a polícia pretende apresentar representação pela prisão preventiva dos envolvidos (hoje é temporária).

Outra confirmação pendente é se uma pulseira localizada no interior do veículo pertence à Adriele Bordignon, como acredita a polícia, para que o elemento sirva de prova da participação dela na cena do crime. Todos devem responder pelo crime de latrocínio, praticado em grupo.