A angústia da família e amigos de Luiz Carlos Henn, 60 anos, foi substituída pela dor do luto. O homem, que estava desaparecido desde o último dia 5 em Blumenau, foi encontrado morto nesta quinta-feira (27) em um barranco da Rua Henrique Conrad, na região da Vila Itoupava. Dois homens de 32 anos foram presos temporariamente.
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O delegado que cuida do caso, Egídio Ferrari, explicou que algumas questões ainda precisam ser confirmadas, como a motivação do crime e o envolvimento de outras pessoas. Ferrari pretende solucionar o crime nos próximos dias, já que a prisão temporária dura um mês. Ele pode, se necessário, pedir a prorrogação do prazo.
Edenilson da Silva Nascimento é suspeito de ter atirado contra o aposentado. Ele foi detido no começo da manhã desta quinta-feira (27). Conforme o delegado, dois dias após o crime Edenilson deixou a cidade e seguiu para Curitiba, no Paraná. Lá, devolveu o carro que usava para trabalhar como motorista de aplicativo. Ele morava em Blumenau há cerca de dez anos, mas passava alguns períodos em outras cidades.
Edenilson apenas executou o crime. Ele não conhecia Henn, mas era amigo do outro suspeito, Daniel Jeske, que se apresentou à delegacia na tarde desta quinta. Ambos não tinham qualquer tipo de relação com a vítima. Daniel é marceneiro e chegou a realizar trabalhos no condomínio onde o aposentado morava, mas não teria ligação com ele. É por isso que a investigação não descarta a possibilidade de uma terceira pessoa estar envolvida no assassinato, como mentora intelectual.
Henn trabalhava com telecomunicações e, após se aposentar, realizava alguns serviços autônomos na área. Segundo Ferrari, ele era viúvo, tinha filhos e uma namorada, mas morava sozinho em um apartamento da região central da cidade.
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Até o fechamento deste texto, a família ainda não havia definido o horário de sepultamento de Henn.
O crime
Ainda conforme apurado pelo delegado até o momento, Henn estava na casa dos pais, no bairro Velha, quando a dupla chegou por volta das 11h50min do último dia 5. O aposentado ia frequentemente à residência cuidar dos pais. Edenilson entrou a pé no terreno e Daniel no Fiat Argo. Eles chamaram por Henn e, quando o homem atendeu, Edenilson o obrigou a entrar no próprio carro, um Fiat Toro.
Edenilson, armado, teria dito a Henn que se tratava de um assalto. O aposentado dirigiu ao lado do suposto ladrão. Daniel os seguiu com o Argo. No bairro Itoupava Central, ele estacionou o carro e entrou no Fiat Toro junto com os outros dois. Já na Vila Itoupava, a dupla mandou Henn descer, sob a justificativa que o abandonariam em um lugar afastado para conseguir fugir com o veículo dele.
No momento em que Henn virou de costas para os criminosos, já no início da tarde daquele dia, Edenilson atirou. A perícia confirmou três perfurações na cabeça. Eles arrastaram o corpo para o outro lado da via e o jogaram no barranco.
Na manhã seguinte, abandonaram o automóvel de Henn no bairro Itoupava Norte. Pelo caminho, livraram-se de objetos pessoais do idoso. Um notebook, por exemplo, foi encontrado em uma rua entre Blumenau e Gaspar, perto da BR-470.
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Após cometer o crime, Edenilson deixou a cidade com o Fiat Argo. Passou por Curitiba, devolveu o automóvel e seguiu para Porto Alegre, onde renovou a identidade com a intenção de se mudar para o Uruguai. Ainda de acordo com Ferrari, ele voltou a Blumenau nesta semana para visitar uma irmã. Assim, foi abordado pelos agentes e preso nesta quinta-feira.
Daniel permaneceu no município e se entregou depois que investigadores o procuraram em casa. Ele não tem passagens policiais no estado. Já Edenilson possui um registro por tentativa de homicídio, segundo Ferrari.
Contraponto
A advogada de Daniel, Maria Cecília Seraphim, contou que ele não falou durante o interrogatório policial nesta quinta porque a defesa não teve acesso ao inquérito. Ela deve avaliar os autos na tarde desta sexta-feira (28) e conversar com o cliente nos próximos dias. Apenas depois disso se manifestará sobre o assunto. Daniel e Edenilson foram levados à Unidade Prisional Avançada de Indaial devido à lotação do Presídio Regional de Blumenau.
Edenilson não apresentou um advogado. A Defensoria Pública informou que aguardará a conclusão das investigações para se manifestar no processo.
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