A Operação Mensageiro ganhou novos capítulos na última semana. A investigação chegou à fase de depoimentos de investigados e testemunhas. As primeiras audiências ocorreram na segunda (29) e terça-feira (30), e foram referentes ao processo contra o prefeito de Itapoá, Marlon Neuber (PL). Ele está preso preventivamente desde 6 de dezembro de 2022, quando ocorreu a primeira fase da operação, que apura a suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro no setor de coleta de lixo em cidades catarinenses.
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O próprio prefeito, o empresário dono da Serrana Engenharia (empresa pivô da operação), funcionários da empresa e policiais envolvidos nas prisões dos investigados foram ouvidos durante dois dias no Fórum de Joinville. As audiências são consideradas parte da primeira etapa do processo na Justiça.
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No caso de Itapoá, após ouvir o prefeito e outros investigados, a desembargadora responsável pelo caso, Cinthia Bittencourt Schaefer, abriu prazo para alegações finais do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Depois disso, deve ser oferecido o mesmo espaço de tempo para a manifestação da defesa dos réus. A partir daí, o processo pode ser levado para julgamento, que deve ocorrer na 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em Florianópolis.
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O que está por vir
As audiências da Operação Mensageiro serão retomadas na próxima semana, com depoimentos em mais dois processos. Trata-se das investigações contra o prefeito de Pescaria Brava, Deyvisonn de Souza (MDB), e de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PL).
Desta vez, no entanto, os prefeitos investigados ainda não irão depor. A desembargadora responsável pelo caso, Cinthia Bittencourt Schaefer, deve ouvir o mesmo grupo de testemunhas, formado por policiais e investigadores que atuaram nos casos referentes aos dois prefeitos. Ainda não há data definida para que os dois prefeitos sejam interrogados.
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Os depoimentos estão previstos para ocorrer na segunda (5) e terça-feira (6), também no Fórum de Joinville. O local foi escolhido porque é a região em que mora a maior parte das testemunhas a serem ouvidas nestas primeiras audiências.
No total, 16 prefeitos de cidades de SC foram presos preventivamente. Antônio Ceron (PSD), de Lages, e Felipe Voight (MDB), de Schroeder, estão em prisão domiciliar. Além dos três processos que já tiveram audiências efetuadas ou agendadas, outros quatro já tiveram a denúncia aceita pela Justiça e, por enquanto, aguardam as datas das audiências.
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Os outros nove prefeitos presos ainda não tiveram a denúncia do Ministério Público analisada pela Justiça. Neste caso, a espera dos réus é pela data desta decisão.
A Operação Mensageiro apura pagamentos de propina a agentes públicos em troca de favorecimento em contratos de coleta de lixo. Segundo o MP, o esquema pode ter movimentado até R$ 100 milhões em propina, e viabilizado um lucro de até R$ 430 milhões à empresa investigada.