Os principais partidos de Santa Catarina encerram o ano em meio a algumas definições e muitas incertezas sobre as pré-candidaturas ao governo de SC nas eleições de 2022. Se nomes como o governador Carlos Moisés e o senador Jorginho Mello parecem encaminhar a condição de candidato no próximo ano, outros partidos veem brigas internas esquentarem na busca pela indicação para concorrer à Casa d’Agronômica.
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Chapa com Lula e Alckmin em 2022 pode afetar corrida pelo governo de SC; entenda
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A reportagem do Diário Catarinense pontuou situações já encaminhadas e outras indefinições que ficarão para o começo do próximo ano nas articulações para as eleições de 2022. Confira abaixo:
Candidaturas encaminhadas
Moisés sem partido, mas com defensores
Algumas situações parecem já encaminhadas mesmo a pouco menos de 10 meses do primeiro turno. É caso da candidatura do atual governador Carlos Moisés (sem partido), que apesar de ainda não ter definido em qual legenda irá se filiar para concorrer à reeleição, vem recebendo apoio de alas do MDB e de prefeitos. A grande definição que ficará para 2022 será mesmo a legenda que irá receber o governador eleito na onda bolsonarista em 2018. Já houve “namoros” com MDB, PP e Republicanos, mas até agora nenhum deles convidou o outro ao altar.
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Jorginho fortalecido com filiação de Bolsonaro ao PL
Outro nome com pré-candidatura encaminhada é o do senador Jorginho Mello (PL). O projeto foi “turbinado” com a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido, no final de novembro. O movimento trouxe uma onda de pré-candidatos a deputados que desejam estar na fileira de Bolsonaro em 2022. Além disso, pode evitar uma candidatura adversária do PP na raia do bolsonarismo, ou até mesmo atrair os progressistas para o projeto do senador, com possível indicação de vice.
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Indefinições para 2022
Merisio sob risco após vitória de Doria
Outras situações que pareciam mais próximas da definição, no entanto, ganharam novos contornos nas últimas semanas. Uma delas é a situação do PSDB. O ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio, segundo colocado na eleição de 2018, é o nome apresentado pelo partido para concorrer ao governo de SC. No entanto, no final de novembro, o partido passou pelas turbulentas prévias para definir o candidato tucano a presidente da República.
Com a vitória do governador paulista João Doria sobre o gaúcho Eduardo Leite, o nome do ex-ministro do Turismo Vinícius Lummertz, que é secretário de Doria no governo paulista, passou a ganhar força como possível preferência do governador de SP para o lugar de Merisio, que ao lado da maioria dos tucanos catarinenses apoiou Eduardo Leite.
A presidente do PSDB em SC, deputada Geovania de Sá, defende que Merisio continua sendo o nome do partido para a disputa em 2022. No entanto, uma reunião ocorre nesta segunda-feira (13) deve ouvir prefeitos e líderes do partido sobre o processo do próximo ano. A expectativa é de que o ex-ministro Lummertz também apresente oficialmente seu nome como interessado em concorrer a governador.
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— O partido não é fechado, ele ouve a todos. Ele (Lummertz) vai participar do início da reunião, colocar suas sugestões. Mas o nome que deliberado e construído até o momento foi o do Merisio — afirma Geovania.
MDB espera por saída de Dário
Outros partidos que têm indefinição entre mais de um nome para concorrer a governador em 2022 devem virar o ano ainda em meio à incerteza. O caso mais rumoroso é o do MDB. O partido vive uma briga interna nos últimos meses entre três nomes que desejam concorrer ao governo: o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, o deputado federal Celso Maldaner e o senador Dário Berger.
Lunelli é apontado como favorito e já recebeu dois ensaios de indicação do partido, mas a situação nunca foi totalmente pacificada. O partido pretendia fazer prévias em fevereiro para definir qual dos três nomes seria o escolhido, mas com as polêmicas da última semana, a decisão pode ocorrer bem antes disso.
Na última semana, Dário Berger se reuniu com membros da direção estadual e nacional do PSB, partido que vem sendo apontado como possível nova casa de Dário se ele não conseguir emplacar o nome como candidato no MDB. A filiação de Dário é apontada até mesmo como fator que pode unir PSB e PT em Santa Catarina em caso de uma chapa com Lula e Alckmin na disputa à presidência.
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O presidente do MDB em SC, Celso Maldaner, diz que Dário deu prazo até o dia 20 de dezembro para que a legenda decida se ele será indicado como candidato; caso contrário, deixará o partido. Maldaner diz que o patido “não vai decidir nada agora” e que o diretório estadual vai se reunir em janeiro para decidir qual será o rumo do partido em 2022.
— Eu já considero (Dário) fora do partido. Pelas declarações nos últimos dias, na imprensa, não tem mais clima (para permanecer) — afirmou o deputado.
Em meio a todo esse climão, ainda há movimentos de deputados estaduais que defendem a filiação do governador Moisés para que ele seja o candidato do partido.
PSD deve estender definição para março
A situação do MDB tem certa semelhança com o que vive o PSD. O partido também tem três nomes envolvidos em uma disputa interna pela indicação do partido à candidatura ao governo: o ex-governador Raimundo Colombo, o prefeito de Chapecó João Rodrigues e o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes.
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Na última semana, o partido teve uma reunião com o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recém-filiado à legenda e apontado como pré-candidato à presidência da República. A reunião apresentou pré-candidatos a deputado, mas não trouxe nenhuma novidade em relação à disputa pela candidatura a governador.
O deputado Milton Hobus, presidente do PSD em SC, diz que o partido deve definir o candidato indicado entre os três nomes até março de 2022, que é o prazo de desincompatibilização que um dos três postulantes, o prefeito João Rodrigues, teria que deixar o cargo caso fosse o escolhido. A legenda não vai realizar prévias ou votações, a definição deverá ocorrer de um entendimento entre os concorrentes.
– Existe uma harmonia entre o time, o partido, de entender quem será o melhor para disputar as eleições – afirma.
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Amin, Gean, Décio e Fabrício também na disputa
Além desses partidos, outros pré-candidatos que se apresentam já em 2021 também vão buscar consolidar o projeto de candidatura ao governo de SC para ter o nome na urna em 2022. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), tem conversas com legendas como o PSD, mas depende principalmente da criação oficial do União Brasil, fusão do seu atual partido com o PSL, para avançar nas negociações.
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O senador Esperidião Amin (PP) era apontado como possível candidato em caso de filiação de Bolsonaro ao Progressistas, mas ainda tem o nome cogitado, embora o partido também possa compor com outros nomes, como o próprio Jorginho Mello. O ex-deputado Décio Lima (PT) articula uma frente de esquerda com partidos como PDT, PSOL e PCdoB, e pode agregar também o PSB, que na esfera nacional está envolvido em uma negociação para oferecer Geraldo Alckmin como possível vice na chapa de Lula à presidência.
O prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (Podemos), também se apresenta como candidato e tem como trunfo a filiação ao seu partido do ex-ministro Sergio Moro, que tem registrado mais intenções de voto nas últimas pesquisas e busca viabilizar uma candidatura de terceira via.
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